sexta-feira, 30 de março de 2012

OS MORALISTAS

                                                               "Fazei e guardai, pois, tudo quanto eles
                                                               vos disserem, porem não os imiteis nas
                                                               suas obras: porque dizem e não fazem."
                                                               - (Mateus, cap. 23 - v.3).

      Falando  "às multidões e aos seus discípulos", Jesus os adverte para a incoerência dos escribas e fariseus que, sentados na cadeira de Moisés, ensinavam o que não se preocupavam em vivenciar.
      Os moralistas, de fato, são de todos os tempos - à feição de erva daninha, medram em todos os campos!
      O Mestre, no entanto, a eles se refere sem meias palavras: "Atam fardos  pesados (e difícieis de carregar) e os põem sobre os ombros dos homens, entretanto eles mesmos nem com o dedo querem movê-los".
      Infelizmente, no Espiritismo, também nos deparamos com os que mais atentam para que chamam de "pureza doutrinária" do que para aplicação da Doutrina em suas vidas.
      São os patrulheiros ideológicos da alheia conduta, imaginando que isto lhes bastará para se redimirem a si mesmos.
     Extremamentes ágeis em apontar este ou aquele pequeno deslize interpretativo sobre determinada questão de natureza doutrinal, mostram-se excessivamente tardos em colocar em prática as mais comezinhas noções de solidariedade humana.
     Vivem de dedo em riste, mas jamais de mão estendida.
     Criticam aquilo que julgam estar errado, mas não se dispõem a ombrear com quem esteja procurando acertar.
     O seu intuito, na maioria das vezes, é o de se promover as custas da lei do menor esforço.
     São especialistas em demolir o que consideram por mal, mas não aprenderam a assentar um único tijolo na construção do bem.
     Imaginando-se investidos da missão de defender a Causa que abraçam revelam-se irascíveis e, por suas reações patológicas, deixam entrever que, noutras circunstãncias, não hesitariam em mandar para a fogueira os que lhes contrariam os pontos de vista.
     Se, porém, não devemos desprezar de todo o que dizem, consoante a palavra do Senhor, em nenhuma de suas obras, procuremos imitá-los.

Dr. Inácio Ferreira do Livro "O Jugo Leve"
   

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