sábado, 31 de março de 2012

ATUALIDADE

                                                "Porquanto se levantará nação contra
                                                nação, reino contra reino e haverá fo-
                                                mes e terremotos em vários lugares..."
                                                - (Mateus, cap. 24 - v. 7)

      As palavras de Jesus, ditas há quase dois mil anos, soam, nos dias que correm, com impressionante atualidade.
      A Terra vem reagindo às constantes agressões sofridas  pelo homem e parece revolver-se em suas próprias entranhas.
      A superpopulação do Planeta - contando sete bilhões de almas! - com má distribuição de renda e a exploração dos países pobres pelos países ricos, com a corrupção de permeio, nos leva a deduzir que, dentro em breve, a fome, que hoje assola mais de um bilhão de pessoas, fará maior número de vítimas.
     Os países, defendendo pontos de vista exclusivistas, infelizmente, não se entendem e, sob o pretexto de defenderem a sua soberania territorial, se armam para a guerra, dando mostras do primitivismo humano.
     As crenças religiosas que, unidas, deveriam empenhar-se em oferecer ao homem suporte espiritual - salvando a Humanidade do abismo do ceticismo a que ela se lança - , na exploração mercenária da fé, estão se convertendo em empresas que objetivam lucro financeiro.
     O próprio Espiritismo, através da infiltração das trevas, não vem escapando ao caos de ordem moral que intenta a derrocada dos valores da civilização, conspirando contra a libertação espiritual da criatura encarnada.
     Não duvidemos que, em tempo muito menor, venha a suceder a Doutrina Espirita o que aconteceu ao Cristianismo, que, por escusos interesses, teve a sua mensagem deturpada a partir de concessões feitas ao paganismo.
      A fim de permanecer como fiel guardião do Evangelho, que é sua tarefa precípua, o Espiritismo, sob qualquer pretexto, não deve envolver-se em disputas pelo poder transitório e tampouco fugir à simplicidade que norteia a sua prática.
      Neste sentido, apelamos aos companheiros de Ideal para que, renunciando a si mesmos, não se esmerem tanto na organização de suas instituições quanto devem esmerar-se na vivência cotidiana dos Princípios que abraçam e que, sem dúvida alguma, resumem, sobre a Terra, as melhores esperanças do Cristo em relação ao futuro da Humanidade.

Dr. Inácio Ferreira do livro "O Jugo Leve"

sexta-feira, 30 de março de 2012

OS MORALISTAS

                                                               "Fazei e guardai, pois, tudo quanto eles
                                                               vos disserem, porem não os imiteis nas
                                                               suas obras: porque dizem e não fazem."
                                                               - (Mateus, cap. 23 - v.3).

      Falando  "às multidões e aos seus discípulos", Jesus os adverte para a incoerência dos escribas e fariseus que, sentados na cadeira de Moisés, ensinavam o que não se preocupavam em vivenciar.
      Os moralistas, de fato, são de todos os tempos - à feição de erva daninha, medram em todos os campos!
      O Mestre, no entanto, a eles se refere sem meias palavras: "Atam fardos  pesados (e difícieis de carregar) e os põem sobre os ombros dos homens, entretanto eles mesmos nem com o dedo querem movê-los".
      Infelizmente, no Espiritismo, também nos deparamos com os que mais atentam para que chamam de "pureza doutrinária" do que para aplicação da Doutrina em suas vidas.
      São os patrulheiros ideológicos da alheia conduta, imaginando que isto lhes bastará para se redimirem a si mesmos.
     Extremamentes ágeis em apontar este ou aquele pequeno deslize interpretativo sobre determinada questão de natureza doutrinal, mostram-se excessivamente tardos em colocar em prática as mais comezinhas noções de solidariedade humana.
     Vivem de dedo em riste, mas jamais de mão estendida.
     Criticam aquilo que julgam estar errado, mas não se dispõem a ombrear com quem esteja procurando acertar.
     O seu intuito, na maioria das vezes, é o de se promover as custas da lei do menor esforço.
     São especialistas em demolir o que consideram por mal, mas não aprenderam a assentar um único tijolo na construção do bem.
     Imaginando-se investidos da missão de defender a Causa que abraçam revelam-se irascíveis e, por suas reações patológicas, deixam entrever que, noutras circunstãncias, não hesitariam em mandar para a fogueira os que lhes contrariam os pontos de vista.
     Se, porém, não devemos desprezar de todo o que dizem, consoante a palavra do Senhor, em nenhuma de suas obras, procuremos imitá-los.

Dr. Inácio Ferreira do Livro "O Jugo Leve"
   

quinta-feira, 29 de março de 2012

DESEJAR E MERECER

                                                          "Disse-lhes o senhor: muito bem, servo bom
                                                         e fiel; foste fiel no pouco, sobre o muito te
                                                         colocarei..." - Mateus, cap. 25 - v. 21

      Como nos candidatarmos á realização de grandes tarefas entre os homens, se não nos esmeramos no cumprimento dos pequeninos deveres com que a Vida nos distingue?
      Como pode o pássaro deferir  voos mais altos, antes de fortalecer as asas?
      À espera de grandes outorgas lhes sejam feitas, muitos não atentam para as bençãos diminutas que já lhes foram concedidas pelo Alto?
      Se não podemos nos transformar em líderes de imensas comunidades de almas, nada nos impede de cooperar com um ou outro de seus integrantes na intimidade do lar.
      Se não possuímos faculdades mediúnicas apuradas que nos possibilitem intercambiar, para a Terra, mensagens dos elevados instrutores do Mais Além, através da palavra, todos podemos interpretá-las para aqueles que sequer logram entendê-las.
      Se nos falecem recursos para a concretização de grandes projetos no campo da caridade, nenhum de nós se encontra tão desprovido, que não possa, pelo menos, dividir o pão com o faminto que bate à porta.
      Não raro, os Benfeitores da Vida Maior, antes de convocar-nos às frentes mais ampla de trabalho, examinam até onde seremos merecedores da confiança.
      Se desejar é o primeiro passo para o que se pretende obter, merecer  é o segundo.
      Não nos aflijamos por conquistar aquilo para o quê ainda não nos preperamos o bastante.
      Em tudo quanto nos seja dado fazer, provemos ao Senhor a sinceridade de nossos propósitos e, gradativamente, haveremos de receber dele a denominação de "servo bom e fiel", obtendo, na construção do Reino Divino sobre a Terra, as concessões de serviço que almejamos.

Dr. Inácio Ferreira do Livro "Saúde Mental À Luz Do Evangelho"
     
     
     
  

terça-feira, 27 de março de 2012

PENSEMOS NISTO

                                                    "Tenho ainda muito que vos dizer, mas
                                                    vós não o podeis suportar agora..." -
                                                    (João, cap. 16 - v.12)

      No texto acima, Jesus se refere, com clareza, ao dinamismo com que a verdade deve se apresentar ao homem, a fim de ser devidamente assimilada por ele.
      A excessiva luz, para quem traz os olhos habituados as trevas, em vez de lhe ampliar a capacidade visual, pode induzi-lo a temporária cegueira.
      Não se oferece à criança nascitura o alimento destinado a um adulto.
      Nicodemos, uma das inteligências mais brilhantes da época, não foi capaz de entender o que Jesus lhe disse com "ninguém pode ver o reino de Deus, se não nascer de novo."
      Era bastante comum que os próprios Apóstolos lhe solicitassem explicação em torno desta ou daquela Parábola que ele lhes contara.
      Quando, noutra oportunidade, ele afirma ser "o pão que desceu do Céu" , por não compreenderem o sentido profundo do ensinamento, "muitos dos discípulos o abandonaram e já não andavam com ele."
       De outras vezes, a sua sinceridade , mormente quando se dirige aos escribas e fariseus, parace se transfigurar em vergasta aos seu lábios: "Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! porque fechais o Reino do Céus diante dos homens: pois vós não entrais nem deixais entrar os que estão entrando".
       Justamente por não suportar serem desnudados, em seus propósitos e intensões escusas, é que, contrariados em seus interesses, os homens começaram a tramar a sua morte.
       Restaurando o Cristianismoa, a Doutrina Espírita também se caracteriza por revelar a Verdade aos homens de maneira gradativa - por esta mesma razão, o Espiritismo, codificado por Allan Kardec, não é uma doutrina que nada mais tenha a acrescentar ao que já foi dito.
       Parafraseando Jesus, os Espíritos Superiores que, através do canal da mediunidade, transmitem aos homens, na Terra, valiosas informações a cerca da Vida além da morte, poderiam, igualmente, repetir: - Temos ainda muito que vos dizer, mas vós não podeis suportar agora!...

DR. Inácio Ferreira do Livro "O Jugo Leve"
     

segunda-feira, 26 de março de 2012

ÚNICO MOMENTO DE LUCIDES

                                                       "Respondeu Pilatos: O que escrevi, escrevi."
                                                       (João, cap.19 - v. 22)


      Em não mais de meia dúzia de palavras, João registra  o único momento de lucidez de Pilatos, no episódio do julgamento que culminou com a crucificação de Jesus.
      De fato, o que ele havia escrito, com a sua atitude injusta de magistrado irresponsável, contra ele mesmo estava escrito!
      A Lei Divina registrara, nos mínimos detalhes, a sua participação no crime mais grave que a Humanidade, como um todo, até hoje cometeu.(Como nos disse o próprio Dr. Inácio em outra oportunidade: foi uma das maiores obssessão coletiva imposta pelas trevas)
      Curioso é que, deixando de lado as questiúnculas de natureza teológicas, nas quais Pilatos se envolve com os sacerdotes, discutindo por causa da legenda que seria colocada no cimo da cruz, em momento algum, ele se mostra disposto a rever a sentença condenatória, nos apelos que lhe haviam chegado pela absolvição do culpado sem culpa.
       Quanto, nas vidas que se sucedem nestes quase dois mil anos, não deve estar custando ao representante de César, na Judeia, a sua voluntária omissão e teimosia em fazer com que a força do cargo prevalecesse, talves até contra o clamor de sua consciência?
       As palavras pronunciadas por Pilatos revelam o peso do humano orgulho, cuja primeira vítima é sempre aquele que o ostenta.
      São muitos os que, de maneira insensata, repetem: 'não volto atrás"; "o que falei está falado"; "não me arrependo do que fiz e, caso pudesse, faria tudo de novo..."
      Nunca será demais recordar que, aquilo que o homem semear é o que, igualmente, haverá de colher, com as atenuantes e agravantes correspondentes à ação deflagada.
      Naquele momento, a Misericórdia Divina também concedeu ao governador romano a oportunidade de voltar atrás e, em pleno uso de seu livre-arbítrio, reescrever a própria história.
      Porque, entre o que deliberamos fazer e o que fazemos, sempre existe em nosso favor, diminuta fração de tempo que nos permite não desfechar o golpe ou sustar a decisão no gesto que, uma vez consumado, há de nos custar muito caro ao espírito!

Dr. Inácio Ferreira do livro  "O Jugo leve"

sábado, 24 de março de 2012

LUTA ÍNTIMA

                                                        "Supondes que vim para dar paz à Ter-
                                                        ra? Não eu vo-lo afirmo, antes, divisão"
                                                        - Lucas, cap.12 - v. 51
     

A luta íntima do homem, pela necessidade de renovar, há de se acentuar cada vez mais.
      Cada vez mais, a sua consciência haverá de cobrar-lhe atitudes coerentes.
      A vinda de Jesus à Terra representa um divisor de águas em nosso mundo interior.
      Despertos por suas palavras, não mais lograremos nos acomodar no que somos.
      Os alvitres do Mestre em nós jamais emudecerão.
      Inevitável, pois, que o conflito se estabeleça.
      Sempre nos sentiremos impelidos a fugir à vulgaridade em nossos sentimentos e aspirações.
      Francisco de Assis dizia que no Dicionário Divino não existe a palavra "basta"... Isto significa que, por mais nos doemos, mais sentiremos necessidade de nos doar, até a nossa total entrega.
      Quando o homem toma consciência de que é o construtor do próprio destino, não mais consegue se aquietar.
      Viverá sempre aflito pela sua definitiva união com Deus!
      O bem-aventurado da aflição é alguém que, serenamente, não cessa de ansiar pela Luz e, à procura dela, caminha a exaustão.
      Não se trata de loucura convencional, mas de sublime desassossego. Como escreveu Paulo, em sua primeira carta aos Coríntios, cap. 1 - v. 18: ' Certamente a palavra da cruz é loucura para os que se perdem, mas para nós, que somos salvos, poder de Deus."
      Não esperemos, pois, pela paz, antes de ter alcançado a vitória.

 Dr. Inácio Ferreira - do Livro "Saúde Mental À Luz Do Evangelho".

DÍVIDA

                                                    "Digo-te que não saírás dali, enquanto não pa-
                                                    gares o último centavo. - Lucas, cap. 12 - v.59

      Raros são os homens que, realmente, se sentem em dívida de gratidão com a Vida.
      Quase todos pensam em dela extrair o máximo e não em algo acrescentar ao seu divino patrimônio.
      Vejamos o que, por exemplo, vem ocorrendo com a Terra, que o homem esgota em todos os seus recursos.
      Por ambição e descaso, a continuar assim, dentro em pouco, o palacete terrestre estará transformado em ruinas...
      Espécies animais se encontram em extinção,córregos e riachos desapareceram, florestas inteiras foram dizimadas, glebas outrora férteis padecem erosão...
      A responsabilidade do homem não é somente para o próximo, mas também para com a casa planetária que habita. Perante a Lei Divina, ele igualmente há  de responder pela agressão que vem fazendo à Natureza. E a consciência há de lhe pedir contas por uma única árvore que decepar sem necessidade...
      O homem da atualidade vem comprometendo as futuras gerações, esquecido de que ele mesmo, na condição de filho de seu filho, haverá de voltar ao mundo para amargar as consequências de sua incúria.
      Do reino mineral à espécie humana, quem desrespeita a Criação em um só dos seres e das coisas criadas por Deus não viverá em paz, enquanto não devolver á economia da Vida o derradeiro centavo que lhe deve.
      Talvez seja pela sua falta de reverência á Natureza, a começar do jardim de sua casa, ou do pobre animal abandonado com cuja fome não se importa, ou, ainda, da poluição que, irresponsável, fomenta, é que muita gente não saiba o que é ter paz no coração.

Dr. Inácio Ferreira do livro "Saúde Mental À Luz Do Evangelho"

sexta-feira, 23 de março de 2012

Lição da Parábola

                                                           " Casualmente descia um sacerdote por
                                                              aquele mesmo caminho e vendo-o pas-
                                                              sou de largo.' (lucas, cap.10 - v.31)

      O acaso é a incompreensão que ainda possuímos das Leis que regem certos fenômenos da Vida.
      Na Parábola do Bom Samaritano, contada por Jesus, o sacerdote não se conduziria por qualquer caminho, sem o dever de auxiliar - era sua obrigação estar sempre pronto para estender as mãos aos necessitados.
      Por ter sido o primeiro a se deparar com o homem caído na estrada, foi, igualmente, o primeiro a ser convidado a prestar~lhe socorro.
      Tendo sido escolhido, negou-se a ser instrumento da Divina Misericórdia.
      Ele, portanto, ainda que estivesse atrasado para oficiar no templo, não poderia relegar o cumprimento de semelhante tarefa a quem por ali depois passasse.
      Caso aquele homem viesse a perecer, em consequencia da agressão sofrida, a culpa da omissão poderia lhe transformar em responsabilidade pelo seu desenlace.
      A intercessão do bom samaritano, que prontamente agiu, evitou que o mal perpetrado pelos salteadores e a indiferença do sacerdote e do levita se consumassem em toda a sua extensão.
      Vejamos que, não raro, basta um único gesto no bem para impedir que determinado problema se equacione sem tantas agravantes para os que nele se encontram envolvidos.
      Ainda que diminuta, uma atitude positiva em favor de alguém pode gerar benefícios tais, que aquele que a pratica está longe de calcular.
      Mas, por outro lado, gerada por um curto-circuito, uma única faísca pode ocasionar um incêndio de proporções inimagináveis.
      Não acreditemos, pois, que a Lei venha nos solicitar contas apenas pela oportunidade que não sabemos aproveitar para sermos úteis, porque o descaso no cultivo do bem é a nossa maior contribuição para que o mal, à feição de erva daninha, continue a se propagar, sorrateiro, ocupando todo o espaço que o nosso comodismo lhe venah disponibilizar.

 Dr. Inácio Ferreira - do Livro "O Jugo Leve"
      

quarta-feira, 21 de março de 2012

O Grande Medo

                                             " E entraram a rogar-lhe  que se retirasse
                                                da terra dele." - (Marcos, cap. 5 - v.17)

      Por que os gerasenos rejeitaram a Jesus? Por que Ele lhes havia feito alguma  espécie de mal? É evidente que não.
      O Evangelista conta que o senhor simplesmente havia curado "um homem possesso de espírito imundo" , habituado a viver nos sepulcros, entre cadáveres.
      O Cristo apenas fizera recobrar o equilíbrio e lhe devolvera a dignidade de ser humano.
      Quantas e quantas vezes não seremos nós incomodados, assim como os gerasenos, pelo bem que nos rodeia através daqueles que lutam para colocá-lo em prática?!
      A preseça do Divino Mestre, certamente, era luz em demasia para quem, desde muito, se habituara a tatear nas sombras.
      Temerosos da renovação que, exortados por suas palavras e atitudes, seriam chamados a empreender em seu mundo íntimo, optaram pela comoda situação que lhes convinha o espírito.
      Igualmente, de fato, muitas vezes, assim procedemos, quando nos sentimos exortados a abrir mão de equívocos e ilusões ardorosamente acalentados.
      Tudo que se nos constitui ameaça a ultrapassadas concepções da Vida, conclamando-nos á imprescindível necessidade de mudança, nos pertuba profundamente e nos leva a reagir com ingratidão e agressividade.
      A crucificação de Jessu foi o reflexo do grande medo da Humanidade, em relação à mensagem profundamente revolucionária de que ele se fez portador.
      Nunca ninguém falara aos homens com tamanha sabedoria e autoridade e nem tampouco demonstrara extrema capacidade de amar os semelhantes, despertando as consciências adormecidas e chamando-as à responsabilidade de viver.

Dr. Inácio Ferreira - do Livro " O Jugo Leve"

Modo de Olhar

                                               "Por que vês tu o argueiro no olho de teu
                                                 irmão, porém não reparas na trave que está
                                                 no teu próprio olho?" - Lucas, Cap.6 - v.41

      As pessosa são como nós nem tão boas quanto imaginamos, nem tão más quanto pensamos.
      Assim, não exijamos de ninguém comportamento que não temos...
      Que tome as atitudes que não tomamos...
      Ou que não nos decepcione qual não deixamos de decepcioná-las!
      As pessoas não tem obrigação de ser conforme queremos que elas sejam - nem nossos filhos!
      Cada espírito com sua trajetória, com suas necessidades e experiências a serem vivenciadas.
      Se quisermos ser amados como somos, cabe-nos amar as pessoas como elas são.
      Isto é compreensão da vida em sua essência.
      Sendo, a milênios, esperados por Deus, por que não podemos esperar por alguém alguns poucos anos?
      O amor não é um cinzel sobre a pedra - o amor é uma luz sobre ela...
      Quem ama uma pessoa, não a ama por suas virtudes ou mazelas - simplesmente a ama!
      Não raro, os filhos enfermos e problemáticos merecem de seus pais maior amor do que aqueles que já não os preocupam tanto.
      Foi pelos doentes que Jesus se submeteu ao sacrifício de vir a Terra.
      Olhemos para as pessoas que nos testam a paciência e colocam à prova nossa capacidade de perdoar como quem olha para um anjo que ainda não nasceu.

 Dr. Iácio Ferreira - do Livro "Saúde Mental à Luz do Evangelho"

terça-feira, 20 de março de 2012

CÓLERA

                              " Amai os vossos inimigos, fazei o bem aos
                                que vos odeiam..." Lucas. cap. 6 - v. 27

      Que nenhuma provocação seja capaz de nos induzir a cólera.
      A raiva, motivada pelo que for, não justifica.
      Semelhante estado de desequilibrio é vizinho da insanidade.
      A indignação de Jesus, ao expulsar os vendilhões do templo, era divina e não se aplica como parametro a nós, na tentativa de justificar a ira que, por vezes, nos possui o espírito.
      Quem tem razão não agride, não humilha, não espezinha...
      Observemos os frutos da cólera e, sem dificuldade, constataremos que não é boa a árvore de que procedem.
      O homem sempre irado não tem domínio sobre si e, sendo assim, por vezes, necessita de tratamento médico.
      Melhor tomar remédio contra acessos de raiva do que assumir pesado carma pela atitude impensadade um minuto.
      Melhor que o homem, prestes a qualquer desatino, solicite internação voluntária numa casa de saúde mental e nela permaneça até que se acalme.
      Jesus veio a nós para curar-nos o espírito doente e não corpos perecíveis.
      Quem começa uma discussão não sabe como ela pode terminar...
      Fazer o bem, com persistência,aos que nos odeiam é a única maneira de lhes tocar o coração e abrandá-los em relação a nós.
      Infelizmente, existem pessoas que fazem questão de cultivar aversões - elas não sabem quanto isto poderá lhes custar ainda hoje! Se tivermos contra alguém alguma animosidade, não deixemos o tempo passar, dificultando a reconciliação.

      Dr. Inácio Ferreira do livro "Saúde Mental à Luz do Evangelho"

   

segunda-feira, 19 de março de 2012

"PRESTANDO CONTAS"

           "Digo-vos que toda palavra frívola
           que proferirem os homens, dela darão
           conta no dia de juízo... " - ( Mateus, cap.
           12 - v.36)

      Se de uma única palavra frívola, dita sem maiores consquências, os homens haverão de prestar contas, como será, então, com as suas atitudes, na mais discreta de suas ações?
      O versículo anotado pelo Evangelista deixa implicito que o espírito não se redimirá completamente, enquanto não se desfizer da menor nódoa de culpa que lhe macule a consciência.
      Portanto, não permaneçamos atentos apenas à infração que nos pode comprometer grandemente perante a Lei - não descuidemos das faltas menores que, uma vez cometidas, somadas umas as outras, terminam por se traduzir em enorme prejuizo.
      Uma palavra ofensiva pode ser a origem de graves problemas que requisitarão profundos sacrificios a fim de que sejam devidamente equacionados.
      Um descuido qualquer no trânsito, por exemplo, pode ceifar vidas preciosas e interromper o curso do aprendizado dos que vieram a lhe sofrer as consequências.
      Enquanto troxermos em nós o menor traço de treva, nos revelaremos incapazes de refletir toda a claridade da Luz.
      O bem genuíno não guarda o mais tênue vinculo com o mal.
      Procuremos não contemporizar com as próprias mazelas morais, a pretexto de, sob a nossa ótica, serem elas de importância secundária, em face dos resultados positivos do trabalho que desenvolvemos.
      Quando os efeitos colaterais de determinado medicamento são mais numerosos que os beneficios que nos pode prestar a saúde, a sua prescrição não está indicada.
      Quase sempre, são os erros que o homem se permite cometer a varejo que o fazem assumir pesados compromissos a serem saldados por atacado, na multiplicidade das provas que se levantam por obstáculos às suas aspirações de felicidade e paz.

      Dr. Inácio Ferreira do Livro "O Jugo Leve"

domingo, 18 de março de 2012

Os Livros do Dr. Inácio Ferreira

      A História que ora apresentamos, é de um inusitado relato feito pelo irmão Chico Xavier em 12/01/1990 e publicado em livro pela União Espírita Mineira em 1992.
      Trata de um bonito e interessante fato, que envolve o famoso acervo do nosso querido Dr. Inácio Ferreira e que se não fosse a intervenção das forças amigas junto ao Chico, muitas informações e dados importantes sobre o movimento espírita mundial, brasileiro e especialmente de Uberaba , provavelmente estariam irremediavelmente perdidos.
       Em 11 de janeiro de 1989 eu estava em meu quarto de dormir, ressonando, quando alguém se aproximou rapidamente. A princípio, assustei-me, mas qual não foi minha agradável surpresa, ao reconhecer a figura inconfundível de Dr. Inácio Ferreira! Assim fui logo exclamando:
       - Dr. Inácio, é o senhor mesmo, meu bom Deus! Que alegria em revê-lo! - quase chegando às lágrimas  por reconhecer o estimado confrade. Ele encontrava-se tal qual acostumamo-nos a vê-lo aqui, em Uberaba. O mesmo traje branco, o mesmo jeito: - Dr. Inácio conte-me algo sobre sua passagem. Estou curioso por ouvir do senhor o relato sobre o reencontro com os nossos amigos da outra vida! Quantos dos nossos o senhor já reviu? Quero saber tim-tim por tim-tim!
       Ao que ele retrucou:
       - "Ah, Chico, meu caro! não há tempo para isso. Vim aqui para pedir-lhe o favor de uma providência que não deve fazer-se esperar. Ademais, tenho visto tanta gente, que, se fôssemos conversar sobre isto, passaríamos dias na prosa. E você sabe como é, Chico, eu poderia me esquecer de mencionar alguém, tantos são os amigos! De forma que, ao menos por enquanto, não nos aventuremos por este terreno. Mas vamos logo logo ao assunto que me troxe aqui. Chico...nós dois vamos até à minha casa. Você precisa me acompanhar até lá para podermos conversar com Maria Aparecida."
      - Mas, Dr. Inácio, o senhor deve estar doido! Eu não posso sair a estas horas da noite! O meu corpo está exausto, o senhor deve estar a par da minha peleja, e os médicos me recomendaram repouso! Como é  que eu sairia na rua, tarde da noite?! Além disso, sua casa e´por demais distante - do outro lado da cidade! - disse-lhe.
       - " Chico, não se preocupe com isso, porque você estará sob nossos cuidados. O fato é que nós devemos ir andadando até lá. No trajeto eu lhe digo o porquê. vamos, Chico, dê me o braço."
       Ao apoiar-me em Dr. Inácio, senti-me leve como pluma. O corpo já não me pesava. Uma força levemente eletrizante animou-me, ao ponto de sentir-me plenamente disposto para caminhada. Foi aí que reparei na beleza do Dr. Inácio. Por todo 0 seu corpo vi pequenas radiações brilhantes, que me fizeram compreender que ele já havia alcançado o estágio da autoluminosidade. Ante meu espanto natural retrucou:
      - " Chico, não temos tempo para conversas! O trabalho nos espera. vamos andando!"
      Súbito, começamos a andar celeremente, tomando a calçada. a medida que caminhávamos, mais rápido íamos, de maneira que deslizámos a meio palmo do chão. Vocês não imaginam quanto dista a residência de Dr. Inácio de minha casa e, em questão de poucos minutos, havíamos atravessado toda Uberaba e já nos aproximávamos do lugar.
      - E, se alguém me vir andando assim, na rua, Dr. Inácio, altas horas, da madrugada? - exclamei.
      - "Não se preocupe, Chico. Ninguém nos verá!"
      - Mas, meu Deu! O que é que D. Maria Aparecida vai pensar de mim? Isto não é hora para visitas, Dr. Inácio!
      - "Você precisa conversar com ela, Chico. Ela já deve estar desperta pelos amigos espirituais!"
      A esta altura, já estavamos diante da porta de entrada da casa do Dr. Inácio. O silêncio dominava a madrugada. Eu já estava aflito pela possibilidade de importunar D. Maria Aparecida, àquela hora. O Dr. Inácio parou em frente á porta e disse-me:
      - "Chico, você fique aqui e aperte a campainha."
      - Mas o que é isso, Dr. Inácio? D. Maria Aparecida vai achar que estou ficando doido, parado aqui, tocando a campainha tão tarde da noite!
      - "Chico, não se preocupe, que ela já deve estar de pé. Infelizmente, minha condição perispiritual ainda
não me permiti atuar diretamente sobre os metais, de forma que não posso abrir a fechadura para você. Por favor, me espere aqui fora , enquanto tentarei forçar a parte de madeira da porta, afim de ajudar a abri-la.
Toque a campainha, que Maria Aparecida atenderá ao chamado."
      Assim foi feito. e, segundos mais tarde, D. Maria Aparecida abriu a porta, um pouco espantada com o inusitado da visita, pois, afinal, era a primeira vez que eu ia até lá.
      Gentilmente, convidou-me a entrar. Sentamo-nos na sala, falamos sobre a recente partida de Dr. Inácio, cuja presença ela não percebia. A lágrimas nos tomaram muitos minutos de saudade, e ouvi, com muita atenção e carinho, os lamentos de profundo pesar da estimada irmã.
      Passado alguns instantes, disse-lhe, pausadamente, e de acordo com as instruções recebidas do Dr. Inácio:
      - O que eu tenho a lhe informar, D. Maria Aparecida, é que o Dr. Inácio está presente, a pedir-lhe paciência. Pede-me para dizer-lhe que a vida continua e que ele está firme nos propósitos de servir, junto ao Sanatório. O Dr. Inácio continua á frente dos trabalhos, com planos para o futuro. A senhora me perdoe, se lhe disser algo menos cortês, mas é que ele está me pedidndo para dizer-lhe que, por amor a Deus não doe os livros de sua biblioteca!
      Um tanto quanto espantada, d. Maria Aparecida respondeu:
      - "Mas, Chico, eu não dispus de livro algum! Não tenho doado livro nenhum do Inácio!"
      - "Chico - insistiu ele - ela tem dado meus livros e provavelmente está encobrindo o fato, porque o fez com grande carinho. Diga a ela que ainda preciso muito de minha biblioteca e quero conservá-la aqui em casa até o dia em que o Sanatório estiver preparado para recebê-la, numa nova e arejada sala. Conte a ela, Chico, que, após a desencarnação, continuei trabalhando muito pelo Sanatório. Não tenho tido tempo ainda para conhecer outras esferas de trabalho. Diga a ela que, em meus momentos de descanso, este é o pouso bendito que busco para rever os velhos assuntos, a meditar na bondade divina. eu preciso dos meus livros, Chico!"
      - "Chico - insistiu ele - ela tem dado meus livros e provavelmente está encobrindo o fato!"
      Aos poucos, D. Maria Aparecida foi percebendo a presença do antigo companheiro. Entre um e outro esclarecimento, que o Dr. Inácio me fazia dar, ela finalmente considerou, surpresa:
      - "Mas, Chico, somente eu poderia saber disto! Como é que você pode estar me contando isto?!"
      _ É o Dr. Inácio, D. Maria Aparecida, que está aqui, pedindo-me para falar em seu nome. a senhora me perdoe!...
      Decorridos alguns instantes de recordações silenciosas, repletas de saudade, D. Maria Aparecida, influenciada por amigos espirituais, convidou-me a repousar por algum tempo. O Dr. Inácio esclareceu-me que o repouso se fazia necessário, tendo em vista a recomposição de nossas forças. Descansamos, então por três horas. E, somente após às cinco horas da manhã despedimo-nos emocionados da amiga.
      No caminho de volta, o Dr. Inácio pediu-me o obséquio de, logo pela manhã, às 7:30 horas, telefonar à D. Maria Aparecida, a fim de relatar-lhe o ocorrido. Disse-me também, que o Dr. Bezerra de Meneses havia considerado a necessidade de que este encontro espiritual não fosse registrado pela memória corporal de D. Maria Aparecida. Segundo o Dr. Inácio, ela havia recebido dos amigos espirituais forte carga magnética de esquecimento. Não obstante, guardaria no coração, e na memória espiritual aqueles instantes; daí, a importancia do telefonema.
      Chegamos a casa rápido. Entrando em meu quarto, assustei-me,sobremaneira. A princípio, pareceu-me que alguém dormia em minha cama. Sem deixar transparecer o desagrado que me invadiu naquele momento, exclamei:
      - Que é isso Dr. Inácio?! Como Alguém pode estar deitado em minha cama?
      - "Não há ninguém deitado lá, Chico!" - retrucou.
      - Como não?! O senhor não está vendo esta coisa de desagradável aparência, esparramada em minha cama? Como pode ser isso, meu Deus? Dê-me paciência para tolerar esta situação, porque esta coisa horrível mais me parece uma massa gelatinosa, escura, debaixo dos lençóis!
      - "Acalme-se Chico! Confie em minha palavra. Não há ninguém em sua cama!"
      - Mas como é que vou deitar-me em cima disto?! - perguntei, alarmado.
      -" Pode confiar em mim, Chico. Está tudo certo. Vamos deite-se!"
      Vagarosamente, deitei-me, então, recostando-me por cima daquela desagradável aparência. Senti-me entrando, dentro daquilo comoque uma mão entrando numa luva. Um frio percorreu-me todo, durante o encaixe, e, somente assim, percebi que se tratava de meu corpo físico. Com o susto que a inesperada descoberta causou, despertei. Já não via o Dr. Inácio, e os primeiros raios da manhã invadiam o ambiente.Olhei em volta, para ver se ainda registrava a presença do estimado confrade, mas a visão terrena nada me mostrou. Apenas pude perceber, pela mediunidade  audiente, sua voz.
      - "Até a próxima, Chico! Não posso ficar mais. Não esqueça de telefonar para Maria Aparecida, ás 7:30horas. Está bem?"
       Comentarios do medium Luiz Celso: Que história Linda, que aula de desdobramento em sono.
       Do Livro "Dr. Inácio Ferreira - Vida e Obra" Autor: Fausto de Vito.

sábado, 17 de março de 2012

"Os Agêneres"

    Devo, sem dúvida, ter me encontrado com alguns agêneres quando cruzei com eles os meus passos na Terra... É uma possibilidade mais plausível do que, por exemplo, se estar face a face com um extraterrestre, habitante de um planeta que, se suas condições climáticas e culturais não forem absolutamente idênticas às nossas ou semelhantes (não vamos discutir como os cristãos diante de Constantino), não terá veículo de manifestação fisica que o faça passar despercebido do comum dos mortais.
    Aliás, ultimamente, eu vinha suspeitando que os agêneres, ou, em outras palavras, as assombrações tangibilizadas estavam me rondando... Com que finalidade, não sabia. Doar ectoplasma é mais facil que doar pensamento. O médium de efeitos fisicos extrojeta, ou seja, expele substância para os espíritos se materializarem; o médium de efeitos intelectuais deve introjetar, ou seja, acolher a idéia e transformá-la em palavras. As entidades que se tornam agêneres retiram o ectoplasma dos médiuns como a abelha, o néctar das flores; na maioria das vezes, os médiuns não sabem que estão servindo de instrumentos para os desencarnados se corporificarem e, por sua vez, os desencarnados, muito deles, não tem plena consciência do fenômeno; quando percebem, por ação da vontade inconsciente, estão revestidos de matéria. Felizmente, o fenômeno é fugaz, pois, caso contrário, a explosão demográfica do orbe terrestre se anteciparia!
   O Cristo não foi um agênere e nem um extraterrestre. Dos doze aos vinte e nove incompletos de idade, o Senhor não se desintegrou e nem tomou um disco-voador, esperando o momento propício de baixar à Terra!

Dr. Inácio Ferreira do Livro "Por Amor ao Ideal"

sexta-feira, 16 de março de 2012

"Se sobre a Terra algo existe do Céu, sem dúvida é o prodigio da maternidade" .

    A chamada " Revelação da Revelação" obra extemporânea lançada por Roustaig em 1866, quando sequer a Codificação estava concluída, se invalida no que se possa conter de aproveitável do ponto de vista doutrinário por defender o dogma da virgindade de Maria, como se, repetimos, o sexo fosse algo execrável.
    Há vinte séculos, Atanásio venceu Ário, mas, agora, Roustaing não pode prevalecer sobre Kardec! Jesus Cristo nasceu de Maria e José, que se uniram sexualmente, sendo que ambos, posteriormente, vieram a ter outros filhos. A maternidade, tanto quanto a paternidade, é sublime missão. A mulher, quando se faz mãe, deixa de ser apenas Terra e carrega consigo alguma coisa do Céu.
    Jesus é igual ao homem e semelhante a Deus - o Modelo possível de ser alcançado! -, e não ao contrário. Maria de Nazaré não representou aos pés da cruz, vertendo lágrimas por um agênere...A grandeza real do Cristo está na sua condição humana e não na sua suposta divindade.
    A respeito  do pretenso, corpo fluídico de Jesus, de inicio deixe-me dizer-lhes que sempre  a achei a mais absurda das idéias; não houve nenhuma encenação no Calvário e, com o devido respeito, a maternidade de Maria não foi qualquer demérito para o seu espírito iluminado... Se sobre a Terra algo existe do Céu, sem dúvida é o prodigio da maternidade .

Dr. Inácio Ferreira do Livro "Por Amor ao Ideal"

quinta-feira, 15 de março de 2012

Aos Teóricos da Fé

                "Mas as multidões, ao saberem, seguiram-no.
                  Acolhendo-as, falava-lhes a respeito do reino
                 de Deus e socorria os que tinham necessidade
                 de cura" - (Lucas, cap. 9 - v. 11)

                 O Cristo não foi um simples teórico do reino de Deus.
                 Após falar às multidões, anunciando a boa nova, não lhes ignorava as necessidades imediatas.
                 Aos famintos, oferecia alimento.
                 Aos doentes, estendia o amparo direto de suas mãos.
                 A mensagem do Evangelho é incessante convite ao trabalho, que o crente sincero não deve relegar a outrem.
                 A ação no bem será sempre o complemento ideal da palavra de fé.
                 Por este motivo, Jesus se fez um Mestre diferente de quantos lhe antecederam a Divina Presença na Terra, falando sobre as realidades transcendentais da vida.
                 Ele não se limitava a apontar o caminho - mostrava-nos como deveríamos trilhá-lo.
                 Não apenas se reportava à Verdade - ensinava-nos a vivenciá-la.
                 Cuidando dos interesses eternos do espírito, não se mostrava omisso às dores transitórias do próximo.
                Se, através de seu Verbo iluminado, nos arrebatava o pensamento a grandes alturas, sabia descer, a fim de nos socorrer rente ao chão de nossas carências.
                A Verdade que ignora o sofrimento alheio nada sabe de Amor.
                A voz de quem fala, mas não faz, nunca soa convicente aos ouvidos de quem a escuta.
                Dr. Inácio Ferreira - do Livro "O Jugo Leve"
             

quarta-feira, 14 de março de 2012

"NÃO SE PERDERÁ"

              "Assim lhes ensinava muitas coisas por parábolas,
                no decorrer do seu doutrinamento."

      As anotações de Marcos, no texto acima, deixam subentendido que nem tudo que Jesus ensinou ao povo foi devidamente registrado pelos Evangelistas.
      Quantas lições maravilhosas transmitidas pelo Divino Mestre não devem ter se perdido ou, no mínimo, se disvirtuado em seu verdadeiro sentido, pela imprevidência dos que não se preocuparam em grafá-las para a posteridade!
       É sabido, por exemplo, que somente muito tempo depois os Evangelhos foram escritos pelos seus autores, que, talvez, confiando excessivamente na memória, não tiveram a iniciativa de escrevê-los quando mais oportuno.
       Não obstante, o Cristo, quando a oportunidade se lhe apresentava, não se negava a ensinar a quantos se dispusessem a escutá-lo, mesmo sabendo que, apenas mais tarde sua palavra, recamada de amor e sabedoria, haveria de encontrar eco nos corações.
       De nossa parte, pois, não nos preocupemos se, aparentemente, estamos pregando a ouvidos moucos ou a quem não nos esteja dando o devido valor ao verbo interessado na disseminação do Conhecimento.
       Tampouco nos rendamos ao desalento porque, em nosso intuito de esclarecer, não estejamos encontrando imediata receptividade  nos espíritos que ansiamos por libertar da ignorância.
       Toda boa semente, ao seu tempo, germinará e produzirá frutos.
       Todos aquele aos quais falou Jesus no mundo, tocando-lhes o ãmago do ser, se transformaram, depois, em elementos multiplicadores da essência de sua mensagem de vida eterna.
       Das palavras pronuncidas por ele, mesmo em não sendo todas convenientemente anotadas nas páginas do Evangelhos, nenhuma só se perdeu, como, igualmente, nenhuma gota de suor que venhas a derramar na edificação do bem sobre a Terra se perderá sobre o deserto da indiferença dos homens.

Dr. Inácio Ferreira.
Do livro "O Jugo Leve"     

      

domingo, 4 de março de 2012

O Amor é Essência Divina

  - " Amai os vossos inimigos; fazei o bem aos que vos odeiam e orai pelos que vos perseguem e caluniam, a fim de serdes filhos do vosso Pai que está no Céus e que faz se levante o sol para os bons e para os maus e que chova sobre os justos e os injustos" !
       Disse Lázaro em Paris no ano de 1862, que no começo o homem só instintos possuia, portanto mais próximo ainda se acha do ponto de partida, do que da meta aquele em que predominam os instintos. A fim de avançar para a meta, tem a criatura que vencer os instintos em proveito dos sentimentos, isto é sufocando os germes latente da matéria. Os instintos são a germinação e os embriões do sentimento; trazem consigo o progresso, como a glande encerra em si o carvalho, e os seres menos adiantados são os que, emergindo pouca a pouco de suas crisálidas, se conservam escravizados aos instintos. O Espírito precisa ser cultivado como um campo. Toda a riqueza futura depende do labor atual, que vos granjeará muito mais compreendendo a lei de amor que liga todos seres, buscareis nela os gozos suavissímos da alma, prelúdios das alegrias celestes.
       O amor é essência divina e todos vós, do primeiro ao último, tendes, no fundo do coração, a centellha desse fogo sagrado. É fato, que já haveis podido comprovar muitas vezes este: o homem, por mais abjeto, vil e criminoso que seja, vota a um ente ou a um objeto qualquer, viva e ardente afeição  à prova de tudo quanto tendesse a diminuí-la e que alcança, não raro, sublimes proporções.
       A um ente ou um objeto qualquer, disse eu, porque há entre vós indivíduos que, com o coração a transbordar de amor , despendem tesouros , desse sentimentos até com coisas materiais.
       Não nos esqueçamos dos nossos pais, filhos, companheiros, parentes, amigos, mas, principalmente os que convivem conosco sob o mesmo teto de alvenária.
       Paciência, tolêrancia, indulgência, compreênsão e muito amor, para com eles e entre nós, pois, na maioria das existências, estamos juntos para nos redimir de erros préteritos e estas são oportunidades de saldarmos dividas contraidas no passado. Todas as afeições sinceras e duráveis são santas e doces virtudes que ajudam a criatura a transpor o caminho escarpado e árido da existência humana.
Deus ilumine a todos.

Esta mensagem tem a orientação do Dr. Inácio Ferreira com trechos do Evangelho Segundo o Espiritismo (Lázaro) e colocações do médium Luiz Celso.