sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

"O Tempo Passa"

      Sem que eu pudesse lhes dar uma noção de como o tempo se mensura na dimensão espiritual que habitamos,os dias e os meses correram céleres. Aos poucos, fui me adaptando; a minha mente foi se acomodando à nova realidade, como alguém que aprendesse a respirar numa outra atmosfera. O trabalho, intenso, me absorvia as preocupações e, devagar, fui me distanciando das lembranças que ainda me prendiam à terra... è um fenômeno curioso: apesar de não esquecermos com facilidade o que fomos e, principalmente, o que fizemos, bem como não olvidarmos as afeições que deixamos na retaguarda, algo nos impele, para diante... Sem dúvida, a força de atração ao futuro é irresistível; por mais o passado nos reclame, concordamos em quitar os débitos contraídos para com ele,desde, porém, que isto aconteça em experiências porvindouras.
     Não sei quanto tempo se passou; o certo é que, quando D.Modesta e Manoel Roberto me convidaram para minha primeira visita, após a desencarnação, ao Sanatório,encontrei as coisas um tanto modificadas. Em contato com o que considerava ter sido meu, não posso deixar de dizer que um sentimento de indignação começou a apossar-se de mim.
     - Cuidado, Inácio! - disse-me D. Modesta - Lembre-se que tudo já se foi... è outro o papel em que você se encontra desempenhando agora no Eterno Palco da vida. Você já foi Inácio, ainda está Inácio, mas não deve ser Inácio para sempre. Desapegue-se! A visita dos que deixaram o corpo físico aos antigos caminhos trilhados no mundo tem também uma finalidade terapêutica. Durante vários decênios, você usou o que não lhe pertencia; todo o Universo é patrimônio de Deus; outros se apossaram dos bens que, um dia, igualmente haverão  de se transferi para diferentes mãos...

De maneira geral, os espíritos estão ainda mais envolvidos na demolição do passado que na construção do futuro.
Dr. Inácio Ferreira

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

"Amai-vos e Instruí-vos" Dr. Inácio Ferreira

        - Você sabe Odilon que eu não sou de exagerar. Quem não quiser complicação, voltar à Terra por conta de inimigo, trate de ir perdoando; caso contrário, mergulhará de cabeça naquele monte de carne, que é o corpo, para viver um caso de amor com o seu desafeto... Outra coisa: quem não perdoa, pira... E, ficando doente, vai ao médico, que arranja um punhado de nomes complicados para a sua doença: angústia, depressão, psicose, sindrome disto ou daquilo... A pessoa não sabe, mas o problema é falta de perdão e Amor. Os obsessores ficam em volta dela, suplicando indulgência... Com um pouco mais de amor, a gente resolveria metade dos problemas cármicos da Humanidade.

Dr. Inácio falando para os Drs. Odilon e Adroaldo.

sábado, 10 de dezembro de 2011

Frase do Dr. Inácio no Livro 'Por um Amor ao Ideal"

    Quanto mais fundo lancemos os nossos irmãos no abismo de nossos rancores, mais profundamente seremos compelidos a descer com o propósito de resgatá-los.

"O Sol que nos ilumina e aquece é o mesmo que aquece e ilumina os homens na Terra" Dr. Inácio Ferreira.

        Às quartas-feiras, sempre ás quartas-feiras, reuníamos no Sanatório para o chamado trabalho de desobsessão e era rara uma semana em que, se assim posso me expressar, os médiuns logravam obter comunicações mais autênticas e originais, mas nada os fazia recuar, nem a eles e... nem a mim, que, na condição  de doutrinador, não abria mão da responsabilidade. E, curioso, quando os médiuns se mostravam mais apáticos e desalentados é que a sessão mediúnica apresentava melhor rendimento, e eu me surpreendia  com as manifestações dos espíritos; ao contrario, quando a nossa expectativa extrapolava, quase nada de significante acontecia, nem mesmo pela faculdade de Modesta, que então preocupada, procurava se justificar:
        - Eu não sei o que aconteceu hoje, Inácio. Eu cheguei tão animada!...
        Bem, eu não quero me afastar muito das reflexões que estava efetuando naquela tarde, observando pela janela do meu gabinete de trabalho o magnífico pôr-do-sol, sem me importar que creiam ou não creiam que, deste Outro lado da vida, o sol que nos ilumina e aquece é o mesmo que aquece e ilumina os homens na terra. Ai do desencarnado que se dispuser a escrever aos homens, na expectativa de que as suas palavras não sejam postas, em dúvida! De há muito, tendo perdido esta ilusão, sinto-me mais livre para escrever o que penso e o que os meus sentidos registram... Afinal, o que posso fazer para convencê-los de que, por exemplo, não estou, em meus registros da vida no Além, sendo vítima de nenhuma alucinação? O que posso fazer para me defender daqueles que tem rotulado as minhas obras de anti-doutrinárias? Nada, absulutamente nada. Só não posso e não devo me permitir o desânimo convicto de que estou procurando dar aos meus irmãos encarnados a minha melhor contibuição. Se pudesse, ao invés de escrever o que escrevo, é lógico que preferia mostrar-me de espírito materializado e consentir que os novos Tomés  me tocassem as chagas espalhadas por todo corpo... Todavia, além de me falecerem recursos espirituais para tanto, por onde andam os médiuns de efeitos físicos com ectoplasma de qualidade? Estamos vivenciando dias difíceis na Humanidade... Parece-me que as Leis Divinas nos deixaram atualmente entregues ás próprias condições, interessadas em saber o que seremos capazes de fazer com o que já temos.
Dr. Inácio Ferreira - do Livro " No Limiar do Abismo"

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Conclusão do Dr. Inácio

          Eu arrancava as tiriricas da grama num dia; mas dali a dias, estavam lá, e o pior é que jogando água, nos canteiros, eu me sentia obrigado a também regar as tiriricas. de nada me adiantava o ressentimento. Em tudo, a vida me ensinava que, para fazer o Bem aos que dele necessitavam, não me seria lícito desprezar os que viviam equivocados no Mal.
Dr. Inácio Ferreira

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

"OMISSÃO VOLUNTÁRIA" do Livro " SAÚDE MENTAL À LUZ DO EVANGELHO"

      "Se eu não viera, nem lhes houvera falado, pecado não teriam: mas agora não tem desculpa do seu pecado" João, cap.15 - v.22.

        O conhecimento nos cumula de responsabilidade.
        Quem mais sabe, caso venha a agir em contrário do que sabe, mais responderá pelos seus atos contraditórios.
         A ignorância deliberada é a tática de muitos espíritos, a fim de que venham a se eximir de qualquer agravante em suas ações.
         Os que não desejam saber, porém, porque temem a responsabilidade advinda do conhecimento, responderão por omissão voluntária.
         Raros são aqueles que, de fato, podem alegar completa ignorância em torno das consequências do que fazem. A rigor, apenas os portadores de algum distúrbio mental que lhes anule o discernimento, como infratoresda Lei, t~em as suas atitudes atenuadas.
         Se fosse levado a agir somente pelo instinto, como os animais, o homem não erraria tanto quanto erra. Portanto, querendo ou não, exatamente pela sua racionalidade, hà um mínimo de participação consciente em tudo quanto faça e é por ela que responderá.
         A Lei de Deus, que nos educa para a Vida Eterna, sopesa até mesmo as nossas mais discretas intenções, que o inconsciente possa engedrar por hábil mecanismo de defesa.
        É claro que o grau de responsabilidade nos seres humanos varia ao infinito e se, em alguns, tem atenuantes, noutros possui agravantes.
        Falando de maneira geral, sobre a Terra, não há quem mais conheça o que possa ocasionar prejuízo aos semelhantes.
         Somente se isenta de culpa quem age movido pelo verdadeiro amor, porque, mesmo quando se engana, quem ama se engana involuntariamente, pensando e querendo o melhor para os outros e para si.

domingo, 4 de dezembro de 2011

Chico psicografa mensagem do Dr. Bezerra para o Dr. Inácio em reunião na " União da Mocidade Espírita"

         Quando Chico me avistou no meio da verdadeira multidão que o procurava, fez-me fraterno aceno de mão, pedindo que me aproximasse. Feliz, por uma de minhas raras aparições em sua casa de trabalho, convidou-me para tomar lugar à mesa e me apresentou a diversos amigos provindos de diversas partes do Brasil.
          Depois de ter permanecido em transe por mais de duas horas, atendendo o serviço do receituário homeopático, Chico voltou para o salão onde o público se aglomerava  e psicografou por quase mais duas horas, recebendo diversas mensagens endereçadas aos presentes. Para minha surpresa e alegria, havia da parte do Dr. Bezerra de Menezes, o célebre autor de "A Loucura sob Novo Prisma" um pequeno recado para mim.
          "Inácio, meu filho - escreveu o Dr. Bezerra, pacificando os meus anseios d' alma - prossiga em seu abençoado apostolado junto aos nossos irmãos vítimas dos terríveis dramas do passado- dramas que eles ´próprios  engedraram, atavés do seu distanciamento deliberado dos alvitres da consciência - o reduto sublime de onde Deus nos exorta ao Bem e à verdade. Não se permita esmorecer na tarefa e nem alimente receios infundados, ante o ataque sistemático das Trevas. Das Esferas Superiores, incontáveis falanges comprometidas com o Evangelho permanecem atentas para que não lhe falte a inspiração do melhoe , seja em suas atividades à frente do hospital ou em seus múltiplos setores de trabalho doutrinário. Esqueçamos a polêmica com o nossos irmãos da Igreja, concentrando-nos agora no esforço do esclarecimento dos adeptos  da Terceira Revelação; a Doutrina carece contar com o concurso de colaboradores conscientes, de modo que os nossos princípios não sejam adulterados em sua aplicação... Assim como passou  o tempo das mesas girantes, o tempo das discussões mais acirradas com aqueles que não pensam conforme pensamos está ficando para trás. Preparemos o mundo da Nova Era, cuidando, com maiorempenho, da renovação de nós mesmos. O seu tempo, meu filho, é precioso demais para que as suas energias continuem sendo consumidas por aqueles que não desejam enxergar a Luz... Compreendemos o seu idealismo e endossamos o seu posicionamento em defesa da Doutrina, todavia precisamos contar com o seu determinismo e boa vontade junto àqueles que anseiam por emencipar-se do próprio passado de sombras, caminhando, nas pegadas do Cristo, em direção ao porvir. Convictos de que você nos estenderá o apelo, deixa-lhe, em meu nome e em nome daqueles irmãos de ideal que, além das dimensões estreitas da matéria, mourejam nos céus do Triangulo Mineiro a serviço de Jesus, nas bênçãos do Espiritismo. O companheiro paternal , que o abraça..."
        Discretas e silenciosas lágrimas me escorreram dos olhos, pelo sulcos das faces marcadas pela intensa refrega daqueles anos todos... Eu entendera a mensagem do Dr. Bezerra . De fato, já era tempo de uma desvinculação mental daquela polêmica de décadas - polêmica valiosa com a qual, tantas vezes , dormira e acordara.
        Decidi, ali mesmo, encerrar a fase dos meus artigos contundentes ná páginas de "A Flama Espirita" e cuidar das tarefas do Sanatório e do Lar Espírita, o que,  convenhamos já era muito.