quarta-feira, 21 de março de 2012

O Grande Medo

                                             " E entraram a rogar-lhe  que se retirasse
                                                da terra dele." - (Marcos, cap. 5 - v.17)

      Por que os gerasenos rejeitaram a Jesus? Por que Ele lhes havia feito alguma  espécie de mal? É evidente que não.
      O Evangelista conta que o senhor simplesmente havia curado "um homem possesso de espírito imundo" , habituado a viver nos sepulcros, entre cadáveres.
      O Cristo apenas fizera recobrar o equilíbrio e lhe devolvera a dignidade de ser humano.
      Quantas e quantas vezes não seremos nós incomodados, assim como os gerasenos, pelo bem que nos rodeia através daqueles que lutam para colocá-lo em prática?!
      A preseça do Divino Mestre, certamente, era luz em demasia para quem, desde muito, se habituara a tatear nas sombras.
      Temerosos da renovação que, exortados por suas palavras e atitudes, seriam chamados a empreender em seu mundo íntimo, optaram pela comoda situação que lhes convinha o espírito.
      Igualmente, de fato, muitas vezes, assim procedemos, quando nos sentimos exortados a abrir mão de equívocos e ilusões ardorosamente acalentados.
      Tudo que se nos constitui ameaça a ultrapassadas concepções da Vida, conclamando-nos á imprescindível necessidade de mudança, nos pertuba profundamente e nos leva a reagir com ingratidão e agressividade.
      A crucificação de Jessu foi o reflexo do grande medo da Humanidade, em relação à mensagem profundamente revolucionária de que ele se fez portador.
      Nunca ninguém falara aos homens com tamanha sabedoria e autoridade e nem tampouco demonstrara extrema capacidade de amar os semelhantes, despertando as consciências adormecidas e chamando-as à responsabilidade de viver.

Dr. Inácio Ferreira - do Livro " O Jugo Leve"

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