domingo, 29 de abril de 2012

DAÍ A POUCO

"E muitos estendiam as suas vestes no
caminho, e outros, ramos que haviam
cortado dos campos." - (Marcos, cap.
11 - v. 8)



      A entrada triunfal de Jesus em Jerusalém, sendo saudado pela multidão em festa, dá-nos a ideia de que, por fim, a sua condição de Messias seria aceita sem mais questionamentos.
      Todavia, daí a pouco - quem sabe -, o mesmo povo que o aclamava estaria em praça pública, pedidndo a sua condenação.
      Que a lição nos siva de advertência, afim de que não nos iludamos quanto à oposição que, durante muito tempo, a verdade ainda há de enfrentar no mundo.
      Infelizmente, os homens costumam mudar de opinião segundo as próprias conveniências.
      Hoje, de acordo com os seus interesses, muitos estarão conosco, endossando as nossas palavras e atitudes: amanhã, os mesmos que nos apludem estarão dispostos a nos apedrejar...
      Os que hoje nos hipotecam solidariedade haverão, amanhã, de nos negar apoio...
      A multidão, como ser coletivo, sempre se mostrou influenciável pelos que sabem utilizá-la como massa de manobra em seus objetivos escusos.
     Não deixemos, pois, empolgar pelas manifestações de fugaz entusiasmo alheio, na tarefa do Cristo sob a nossa responsabilidade.
     Acima de tudo, procuremos ficar com a aprovação da consciência, sem ligar excessiva importância ao que digam ou escrevam a nosso respeito, seja no campo da crítica ou do elogio.
     O Senhor, ovacionado pelos habitantes de Jerusalém, manteve-se impertubável em sua trajetória, porque sabia que, daí a pouco, estaria trilhando o caminho do Calvário sob os apupos quase generalizados dos que, inclusive, haviam talvez, estendido as suas vestes para que ele, montado em um jumentinho, passasse sobre elas.
      Portanto, não nos enganemos quanto ao testemunho solitário que, embora cercados, agora, por muitos amigos e partidários da causa que abraçamos, inevitavelmente, dai a pouco, seremos chamados a prestar, apenas contando com a incondicional proteção de Deus.


Dr. Inácio Ferreira do Livro "O Jugo Leve"

sábado, 28 de abril de 2012

IMPORTA CAMINHAR

"Importa contudo, caminhar hoje, ama-
nhã e depois..." (Lucas, cap. 13 - v.33)


      Haja o que houver e suceda o que suceder, não detenhamos na caminhada.
      Conforme nos exorta o Senhor, importa "caminhar hoje, amanhã e depois"! 
      Não admitamos que já tenhamos alcançado o objetivo proposto, justificando, assim, a própria decisão de não mais seguirmos.
      Obstáculos desafiadores surgirão, a cada momento, convidando-nos a desistir da jornada.
      Injúrias e escárnios se farão à margem do caminho que percorremos, intentando levar-nos ao desânimo.
      Vozes desalentadoras se levantarão, esforçando-se para convecer-nos de que já fomos longe demais...
      Aparentemente preocupados conosco, muitos nos criarão oportunidades de descanso inútil, a fim de que lhes façamos companhia na ociosidade.
      Embora seguindo vagarosamente não paralisemos a marcha no encalço do Cristo, que nos precede.
      Se, porventura, claudicarmos na vigilância e, sob o assédio da tentação, viermos a cair, não nos permitamos permanecer no chão mais que o tempo necessário para reunirmos as forças remanescentes e continuar avaçando.
      O caminho é verdadeiramente longo, mas, a cada passo que damos adiante, ele se faz mais curto.
      Não nos esqueçamos ainda que, mesmo ombreando a pesada cruz que conduzia ao Calvário, o Senhor não pensava exclusivamente em si - a sua imensa dor não foi pretexto para que olvidasse a dor das filhas de Jerusalém, que o acompanhavam em grande desconforto.
      Sobretudo, analisando o exemplo de Jesus, estejamos preparados, porque o derradeiro trecho de caminho a ser percorrido, antes de atingirmos os Cimos, costuma ser o que mais exige de nós, em matéria de renúncia e sacrifício.

Dr> Inácio Ferreira do Livro "O jugo Leve"

O QUE DESENVOLVE NOSSO CÉREBRO

       A transmissão mediúnica esta sujeita a altos e baixos: temos dias melhores e dias piores... Nem sempre encontramos o medianeiro  em condições ideais. E nem sempre estamos nós em condições, argumentei.
       - Mas, se formos esperar por elas não trabalharemos. O que importa é a essência da mensagem, lógico que se pudessemos nos dedicar com exclusividade, o rendimento seria melhor. No entanto, as ocupações, as que nos dizem respeito e as de nossos intérpretes não permitem.
       Falta nos um pouco mais de memória, saibam no entanto que a falta de memória tem a ver com egoísmo, falou Dr. Odilon.
       Como assim Odilon? O egoísta vive trancado em seu próprio mundo; isola-se do contato com os outros e, assim, evita receber estimulos...
       O nosso cérebro se desenvolve a partir dos estímulos que recebe: se fugimos à vida de relação, à convivência com os semelhantes e nos tornamos indiferentes, perdemos a refêrencia de caridade.
       O nosso centro de memória também tem a ver com caridade, o egoísta não predispõe a receber, porque não aprendeu a doar. As flores que não se abrem dificultam a própria polinização.
       Seremos melhores quando formos mais solidários e praticarmos o bem!
       Não adianta acumular informações, se não as utilizarmos em benefício dos estimulos, do Amor e da Caridade.

Dr. Inácio Ferreira do Livro "A Escada de Jacó"


   

sexta-feira, 27 de abril de 2012

A RESPOSTA DE JESUS

"Quando os homens chegaram junto dele,
disseram: João batista enviou-nos para te
perguntar: ès tu aquele que estava para vir,
ou esperaremos outro? - Lucas, cap. 7 - v.20


      Interrogado pelos discípulos de João Batista a respeito de sua condição, ou não, do Messias esperado, Jesus não se limitou a lhes responder com palavras.
      Concitado a identificar-se, o Mestre simplesmente agiu.
      Demonstrou quem era, não proferindo brilhante discurso, evocando as profecias que anunciavam o seu Advento, mas através de seus feitos.
      Conta o Evangelista que, "naquela mesma hora, curou Jesus a muitos de moléstias e flagelos e de espíritos malignos; e deu vista a muitos cegos"...
      Em seguida, disse aos emissários de João, que estava preso, às vesperas de ser decapitado: "Ide, e anunciai a João o que vistes e ouvistes..."
      O discípulo sincero do Evangelho não carece de levantar a voz para defender-se de qualquer acusação: bastar-lhe-ão as suas obras!
      O que o homem realiza ao longo de sua trajetória é que verdadeiramente fala de sua procedência e fornece notícias de sua sinceridade de propósitos.
      Qualquer um poderia, com palavras, dizer aos mensageiros do precursor: - Sim. eu sou aquele que estava para vir... Somente o Messias, no entanto, poderia agir como tal!
      O seguidor do cristo, pois, não é somente aquele que escreve com lavor ou fala com mestria, de vez que a arte de falar e escrever com esmero pode ser facilmente assimilada por quem se dedica exercitá-la.
      No entanto, devotar-se às boas obras, com o intuito de concretizá-las, exige muito mais que convicção de superficie e treino no ato de estender a mão: é indispensável possuir idealismo do bem profundamente arraigado no espírito!

 Dr. Inácio Ferreira do livro "Saúde Mental À Luz do Evangelho"

quinta-feira, 26 de abril de 2012

PALAVRA E GESTO

"E dizia: O que sai do homem, isso é o
que o contamina." - Marcos, cap. 7 - v. 20



      "O que sai do homem", em outras palavras, é aquilo que foi processado por ele, ou seja, assimilado pelo seu espírito.
      "O que sai do homem" é o que lhe entrou pelos ouvidos e impregnou os seus pensamentos e sentimentos.
      Mas, afinal, "o que sai do homem"? A palavra e o gesto. Através do que diz e do que faz é que o homem se revela em seu mundo interior.
      Por mais tente se disfarçar pela palavra bem emoldurada aos lábios, ele, com tempo, acaba se traindo no que fala, mostrando o teor de seus pensamentos.
      E, por mais procure dissimular sentimentos em seus gestos estudados, não logra sustentar o disfarce aos olhos que se revelam atentos.
      O que o homem diz e faz nos fornece exata noção da sua identidade.
      Os judeus, como muitos na atualidade, davam mais importância ao que o homem aparentava ser e não ao que ele realmente era.
      Não nos enganemos, pois, com a imagem que por conveniência e de acordo com as circunstâncias, sobrepomos ao nosso verdadeiro "eu".
      Assim o homem deixa o corpo, antes que coloque o pé no outro lada da margem do rio da vida, depara-se com imenso espelho que lhe possibilita contemplar a própria imagem sem distorções; e, com base no que ele vê de si, a consciência efetua o seu julgamento, definindo o rumo que tomará nos caminhos de além- túmulo...
      Jesus disse que o homem seria conhecido pelas suas obras.
      O meio nos influencia  a personalidade apenas na medida em que ele, nos deixamos influenciar. O anjo não se forja fugindo ao contato do mal, mas, sim, sendo por ele assediado, sem contudo, jamais se lhe submeter.

Dr. Inácio Ferreira do Livro "Saúde Mental À Luz do Evangelho"

quarta-feira, 25 de abril de 2012

VIGILÂNCIA COM OS VOSSOS LARES

          Assim como o organismo humano é formado de células, os nossos lares precisam das células da Paz do Amor e da Harmonia, para usufruirmos da Solidariedade e fraternidade entre os moradores da mesma casa. 
          Lembrai-vos que existem dívidas a resgatar entre uns e outros; não vos esqueçais de que, filhos e parentes não foram postos sob o mesmo teto, por acaso ou por circunstância da vida presente.
          Entre todos existem laços de afinidades passadas ou fluidos que se repelem e precisam ser fortalecidos ou transformados.
          Esforçai-vos para o entendimento mútuo porque ele representa a barreira contra influências deletérias que se infiltram em toda parte.
          Analisai as vossas palavras e antes de proferi-las, atentai bem para as conseqüências que delas poderão advir.
          Sejam felizes exercitando, promovendo e divulgando: carinho, amizade, paciência, tolêrancia, indulgência e compreenção.
          As antenas do  mundo vivem atentas, captando as irradiações produzidas em nossa vidas conjuntas principalmente dentro dos nossos lares.
          Vamos aproveitar estas orientações, pois estamos exercitando nossa reforma íntima e moral iniciada dentro da casa que habitamos.
           Deus abençoe a Todos nós.

Dr. Inácio Ferreira e Luiz Celso Telli

      

segunda-feira, 23 de abril de 2012

SE ASSIM FOI COM ELE

"Pois nem mesmo os seus irmãos criam
nele." (João, cap.7 - v.5)



      João é claro, ao dizer que nem mesmo os irmãos consanguíneos de Jesus acreditavam nele - duvidavam de suas palavras e o consideravam insano.
      Se assim foi com o Divino Mestre, não podemos esperar pela compreensão dos que mais amamos em torno de nossas opções religiosas.
      Muitos haverão de descrer da sinceridade de nossas convicções no Ideal que abraçamos.
      Outros escarnecerão das incipientes faculdades médiúnicas que nos esforçamos para exercer.
      Da boca de quem nos seria lícito esperar incentivo, ouviremos ironias na luta que travamos pela própria renovação.
      Seguindo os exemplos do Cristo, não esmoreceremos, porém.
      Não buscaremos outro aplauso que não seja o da consciência  tranquila pelo dever retamente cumprido.
      Em vez de aguardar compreenção, compreenderemos.
      Se fôssemos nós em lugar deles, talves também duvidássemos, igualmente entregando-nos à zombaria.
      Há tanto tempo, andamos equivocados, que não podemos criar expectativas exageradas  de aprovação às nossas atitudes do presente.
      Mudança  de vida não implica em simples mudança de caminho.
      A fim de nos acompanharem os passos, os que nos observam exigiram maiores demonstrações de que, verdadeiramente rompemos com o passado.
      Os que nos conhecem mais de perto, costumam não perdoar em nós os traços de humanidade mesclados às virtudes que ainda não conquistamos integralmente.
      Do ponto de vista da consciência, os primeiros a se sentirem incomodados  pela pregação e pela vivência de Jesus foram justamente os seus familiares consanguíneos, que preferiram rotulá-lo de desajustado mental em lugar de promover substancial alteração no curso de suas existências.

Dr. Inácio Ferreira do Livro "O Jugo Leve"

domingo, 22 de abril de 2012

ANSIEDADE

"Qual de vós, por ansioso que esteja,
pode crescentar um côvado ao curso da
sua vida?" - (Lucas, cap.12 - v.250



      Procuremos, sim, nos aceitar como somos, mas não deixar de trabalhar para virmos a ser o que devemos.
      Não nos entreguemos à excessiva ansiedade por melhora rápida no mundo de nós mesmos, que pode se transformar em doença grave.
      Com disciplina e determinação, sigamos adiante na conquista das virtudes que não possuímos, compreendendo que semelhante iniciativa, não raro, é luta para muito tempo.
      Sobretudo, não nos rendamos à tristeza improdutiva, que somente nos leva a lamentar as próprias deficiências, sem nada nos acrescentar ao espírito em matéria de otimismo e esperança quanto ao futuro.
      Se expirimentarmos a queda, não permaneçamos no chão.
      Se reincidirmos nas faltas que prometemos a nós mesmos não voltar a cometer, tornemos a renovar nossos votos de pacífica resistência ao assédio da tentação.
      A ansiedade fora de controle demonstra que sequer conseguimos ainda o mínimo de conhecimento a respeito da vida.
      Todas as grandes almas se forjaram no cadinho das aflições que souberam converter em motivo para crescente doação de si, em maiores cotas de serviço espontâneo aos semelhantes.
      Como poderíamos aspirar às asas do anjo, quando sequer conseguimos a plena utilização dos braços por instumentos de ascenção aos Planos Mais Altos?
      Não deixemos de perseverar, um só dia, no combate às próprias mazelas, mas apendamos a viver com a alegria de quem já consegue ser feliz, por apenas ter tomado consciência do quanto deve e precisa melhorar.
      Humildade também é fruto de sábia resignação.
      Na tarefa de construção do prédio de mais bela arquitetura, ninguém pode dispensar o concurso de singela pedra.
      Busquemos, pois, no cumprimento do dever cotidiano, valorizar a atividade rotineira que, a pouco e pouco, nos transfigurará a vontade debilitada em prodigiosa força de realização contra a qual nenhuma outra força haverá de se opor.

Dr. Inácio Ferreira do Livro "O Jugo Leve"
     


sábado, 21 de abril de 2012

QUEM OUSARÁ?

"Respondeu ela: Ninguém, Senhor. En-
tão lhe disse Jesus: Nem eu tampouco
te condeno; vai e não peques mais." -
(João, cap. 8 - v. 11)



      Após ter lido e refletido sobre este texto anotado por João, é-nos lícito perguntar: Quem de nós ousará condenar a quem quer que seja?
      Se o Cristo, nem de leve, ergueu a voz para condenar a pobre e equivocada irmã, quem se sentirá com autoridade moral para condenar em alguèm seja o que for?
      Notemos que o Divino Mestre, no entanto, não deixou de lhe endereçar fraterna recomendação: "Vai e não peques mais." 
      É óbivio que temos o dever de orientar e mesmo de alertar a quem se encontra no caminho do erro, pois, caso contrário, seria, no mínimo,
      Orientar e alertar, no entanto, não significam simplesmente setenciar, relegando o condenado a própria sorte.
      O diálogo travado por Jesus com os escribas e fariseus, que arrastaram à sua presença a infeliz mulher surpreendida em adultério, ainda nos remete à conclusão de que, no mundo moral, igualmente não existe efeito sem causa.
      Onde estariam aqueles que haviam abusado de seus sentimentos e, quem sabe, a corromperam para saciarem as suas paixões?
      Ninguém cai sem que, pelo menos, alguém lhe negue a mão em apoio para evitar a queda!
      De uma maneira ou outra, todos somos partícipes na felicidade ou infelicidade do próximo.
      Não há uma lágrima que role da qual possamos, em absoluto, nos isentar.
      Fácil distribuir condenações e apontar culpados, tentando nos esconder dos olhos com os quais a Lei Divina nos vasculha o espírito e sonda os escaninhos do nosso pensamento, colocando à mostra nossos propósitos e intenções.
      Difícil é amparar a quem esteja se esforçando para se levantar e, sem recriminação, lhe oferecer o braço por escora na caminhada.

Dr. Inácio Ferreira do Livro "Jugo Leve"





sexta-feira, 20 de abril de 2012

SEMPRE A CAMINHO

"E, pondo-se a caminho, correu
um homem ao seu encontro..." -
(Marcos, cap.10 - v.17)


      Em várias passagens, o Evangelho nos mostra que Jesus sempre estava a caminho, como quem procura um objetivo.
      Em momento algum, percebemos o Divino Mestre estático, esperando que as coisas venham a ele, sem que, por sua vez, se disponha a ir ao encontro delas.
      O Evangelho surge do dinâmico contato do Senhor com o povo e, da primeira à última página, é um livro de ação.
      Recorrendo às anotações de Marcos, vejamos:
      - "E tendo partido dali, passavam pela galiléia..."
      - "Tendo eles partido para Cafarnaum..."
      - "Levantando-se Jesus, foi dali para o território da Judeia..."
      - "Estavam a caminho, subindo para Jerusalém..."
      Como podemos querer que as bençãos do Alto mais cedo nos encontrem, se não caminhamos em sua direção, fazendo encurtar a distância?
      Movimentar as pernas é atitude indispensável para que o espírito se liberte da mesmice e vislumbre outos ângulos da paisagem que o cerca.
      Precisamos fazer com que o bem que pretendemos nos aconteça.
      Sem que tomemos a decisão de mudar, para nós não existirá mudança.
      Quando nos recusamos a fazê-lo por nós mesmos, a dor, em essência, é mero instrumento que nos constrange a sair do acomodamento.
      Desde o primeiro dia de seu Apostolado no mundo, o Senhor não cessou de caminhar!
      E, até mesmo, quando toma rumo do calvário, ele nos ensinou que não basta ombrear a cruz e nos acomodarmos sob seu peso: é imprescindível caminhar com ela!

     Dr. Inácio Ferreira do Livro "O Jugo Leve"
     
    

     

quinta-feira, 19 de abril de 2012

O EXEMPLO DE SIMÃO

      "Simão Pedro entrou no barco e arrastou a rede
      para a terra, cheia de cento e cinquenta e três
      grandes peixes: e, não obstante serem tantos, a
      rede não se rompeu." - João, cap.21 - v.11



      Todo trecho do Evangelho, por mais descritivo nos pareça, se reveste de significado que nos convém observar.
       O trabalho de arcar sozinho com uma rede repleta de peixes seria, aparentemente, pesado demais para qualquer pescador, mas não para Simão, que, ao se dispor a executá-lo, depositou inteira confiança na palavra do Senhor.
       Trasnsportando a lição para nossos dias, sob as bençãos do Cristo, se nele confiamos, nenhuma tarefa que sejamos chamados a cumprir exigirá além de nossa capacidade de realização.
      À solicitação do mestre, Simão não vacilou, e tampouco ficou a espera de quem aparecesse para assessorá-lo no esforço a ser empreendido: " ... entrou no barco e arrastou a rede para terra..."  No tentame que se coroou de êxito, o destemido pescador sequer considerou que a rede, devido ao execessivo peso, pudesse romper...
      É que a boa vontade humana, quando conjugada ao amparo divino, jamais se frusta.
      A pesca havia sido das mais prodigiosas - tão prodigiosa, que eles chegaram a contar cento e cinquenta e três grandes peixes! -, e, por assim dizer, a parte que coubera ao Senhor havia sido feita, faltando apenas que os pescadores cumprissem com o que lhes cabia.
      Toda atividade nobre, quando fracassa, não o é por falta de retaguarda espiritual mas, na maioria das vezes, por ausência de iniciativa ou de perseverança dos que ela se vinculam.
      Sim não permaneceu na expectativa de que outro prodígio acontecesse, como, por exemplo, que a rede, repleta de peixes, saltasse sozinha para dentro do barco: arregaçando as mangas, movimentou os bíceps e fez o que todo servidor do Evangelho precisa fazer!

Dr. Inácio Ferreira do livro  "Saúde Mental À Luz do Evangelho"
  



segunda-feira, 16 de abril de 2012

AMANHÃ

                                          
"Respondeu-lhes Jesus: Ainda por um
 pouco a luz está conosco. Andai enquanto
 tendes a luz, para que as trevas não vos
 apanhem... " - João, cap. 12 - v.35

 

 Não devemos deixar para amanhã o que nos compete fazer hoje.
      Amanhã, talves, sejam outras a circunstãncias e as dificuldades que enfrentaremos no cumprimrnto do dever...
      Com certeza, a oportunidade que se descortina á possibilidade de servir não será a mesma.
      Possivelmente, não disponhamos, inclusive, da saúde que agora nos favorece a ação...
      Da presença de amigos que, presentemente, se dispõem a nos secundar os esforços e colaborar conosco...
      Da inspiração do Mais Alto com a qual logramos entrar em sintonia...
      Enfim, de todos os elementos favoráveis reunidos, para que venhamos a concretizar projetos ardorosamente acalentados!
      Se não nos valemos da luz do Sol para o que só pode ser realizado à claridade do dia, que faremos quando a noite cair e nos deixar imersos na escuridão?
      O momento que passa, dentre todos  os que tivemos ou venhamos a ter, sem dúvida, é o mais apropriado para darmos início a uma nova caminhada, fazendo com que a nossa Vida mude de rumo.
      Não nos esqueçamos do que nos fala Jesus: " Ainda por um pouco a luz está convosco"... Quer dizer: não temos, à nossa disposição, todo o tempo que imaginamos, para que possamos continuar, indefinidamente, adiando decisões.
      È chegada a hora de darmos um basta ao ludíbrio a que temos submetido a própria consciência, prometendo o que não cumprimos.

Dr. Inácio Ferreira do Livro - "Saúde Mental À Luz do Evangelho"

quinta-feira, 12 de abril de 2012

VIDAS RESTAURADAS

                                           "Não vos maravilheis disto, porque vem
                                           a hora em que todos os que se acham nos
                                           túmulos ouvirão a sua voz e sairão..." -
                                           João, cap.5 - v.28


      Nas palavras acima, proferidas por Jesus referindo-se ao poder de Deus na ressurreição e vivificação dos mortos, está mais do que clara a referência à generalização da mediunidade, ou seja, ao intercâmbio entre encarnados e desencarnados.
       A mediunidade, pois, não é criação do espiritismo, o qual, através de Allan kardec, nada mais faz que lhe ampliar os conceitos.
       O próprio Cristo, em várias oportunidades, dialoga com os espíritos dos mortos, chegando mesmo, no episódio do homem de Gadara, a conversar com vários deles que se autodenominavam "legião"...
        O Evangelho é anunciado para os que se encontram no corpo e para as entidades espirituais que, libertas, embora, dos grilhões da matéria, vivem em estreita simbiose psíquica com os homens.
        No fenõmeno ocorrido no dia de Pentecoste, registra-se a maior sessão mediúnica de caráter publico da História, com a conversão de quase três mil pessoas.
        No entanto, as palavras de Jesus, no texto acima, também podem ser entendidas como alusão aos que, estando "espiritualmente" mortos ou vencidos por profundo abatimento são restaurados pela fé...
        Sim, à semelhança do irmão de Marta e Maria, quantos de nós, abatidos moralmente, sem mais forças para lutar, ao ouvirmos a voz imperiosa do Cristo - "Lázaro vem para fora"!-, não nos erguemos do túmulo da apatia em que, voluntariamente, nos encerramos e, de ânimo renovado, saímos ao encontro da Vida!
        A finalidade da comunicção dos espíritos é a de mostrar aos homens que nada perece e que, onde quer que esteujamos, na terra ou no Mais Além, estamos, diuturnamente, laborando na construção do próprio destino.

Dr. Inácio Ferreira do Livro "Saúde Mental À Luz Do Evangelho"
    

quarta-feira, 11 de abril de 2012

SEMPRE A CAMINHO

                                          "E pondo-se jesus a caminho, correu
                                          um homem ao seu encontro..." - (Mar-
                                          cos, cap.10 - v.17)



      Em várias passagens, o Evangelho nos mostra que Jesus sempre estava a caminho, como quem procura um objetivo.
      Em momento algum, percebemos o Divino Mestre estático, esperando que as coisas venham a ele, sem que , por sua vez, se disponha a ir ao encontro delas.
      O homem que não se movimenta pode esperar muito tempo pelo que pretende alcançar.
      O Evangelho surge do dinâmico contato do Senhor com o povo e, da primeira à última página, é um livro de ação.
      Recorrendo às anotações de Marcos, vejamos:
      - "E tendo partido dali, passavam pela Galiléia..."
      - "Tendo eles partido para Cafarnaum..."
      - "Levantando-se Jesus, foi dali para o território da Judeia..."
      - "Estavam a caminho, subindo para jerusalém..."
      Como podemos querer que as bênçãos do Alto mis cedo nos encontrem, se não caminhamos em sua direção, fazendo encurtar a distância?
      Movimenter as pernas é atitude indispensável para que o espirito se liberte da mesmice e vislumbre outros ãngulos de paisagem que o cerca.
      Precisamos fazer com que o bem que pretendemos nos aconteça.
      Sem que tomemos a decisão de mudar, para nós não existirá mudança.
      Quando nos recusamos a fazê-lo por nós mesmos, a dor, em essência, é mero instrumento que nos constrange a sair do acomodamento.
      Desde o primeiro dia de seu Apostolado no mundo, o Senhor não cessou de caminhar!
      E, até mesmo, quando toma o rumo do Calvário, ele nos ensinou que não basta ombrear a cruz e nos acomodarmos sob o seu peso: é imprescindível caminhar com ela!

Dr. Inácio Ferreira d Livro "O Jugo Leve"

domingo, 8 de abril de 2012

A PERGUNTA

                                                    "E eles começaram a entristecer-se e a
                                                    dizer-lhe, um após outro: Porventura sou
                                                    eu? - (Marcos.cap.14 - v. 19)


      A pergunta que os doze dirigem a Jesus, a respeito de quem haveria de trai-lo, demonstra que nenhum deles estava seguro de si - nenhum deles se conhecia tão a fundo, ao ponto de possuir plena consciência de que não o trairia.
      Que semelhante lição nos sirva de reflexão, quanto às fragilidades que ainda carregamos no espírito,desconhecida até mesmo de nós, seus portadores.
       Por este motivo, a fim de que não venhamos a cair em profunda tristeza, precisamos estar sempre vigilantes.
       Existem companheiros que se concentram excessivamente sobre o conhecimento das mazelas alheias, ignorando as que lhes dizem respeito.
       Ninguém cai em consequência da imperfeição do outro.
       Somos nós próprios os maiores responsáveis pelos fracassos que nos acometem.
       Em verdade, foi Judas quem, naquela circunstância, traiu o Senhor, mas, ao longo dos séculos transcorridos, quantos não têm sido os que traíram e traem no cotidiano?
       A intenção do filho de Iscariotes, talves, realmente fosse de ordem política, pretendendo para o Cristo a condição de líder revolucionário da nação subjugada. Mas ele nada fez, por exemplo, que atentasse contra a integridade do Evangelho, agindo como tantos agiram e agem, deturpando o sentido dos textos sagrados.
       Não significaria também alta traição à causa da Boa Nova, toda vez que, através de nossas atitudes, desmentimos  a Mensagem que pregamos?
       Toda e qualquer concessão que fazemos ao mal, em nós mesmos, é conspiração contra a vitória do bem, e, neste sentido, raros são os que não nos corrompemos por muito menos do que Judas teve a infelicidade de corromper-se!

Dr. Inácio Ferreira do Livro "O Jugo Leve"

sábado, 7 de abril de 2012

Lavoura Cultivável

                                                   "Disse ainda: O reino de Deus é assim
                                                   como se um homem lançasse a semente
                                                   à terra..." - (Marcos, cap. 4 - v. 26)


      Pelas palavras de Jesus, depreende-se que o Reino de Deus é lavoura cultivável no Espirito.
      Ninguém, simplesmente, lança a semente à terra e lhe vira as costas, confiando na ação das forças da Natureza.
      Torna-se necessário defendê-la contra a agressão das ervas daninhas e das intempéries, zelando para que germine, cresça, vindo, depois , a frutificar.
      Enquanto não colhe os frutos da semeadura efetuada, o agricultor não dá por concluída a sua laboriosa tarefa e não descança a enxada.
      Todo homem é dotado de virtudes em potencial que, evidentemente, para virem à luz, carecem de ser trabalhadas.
      Não há, por exemplo, quem adquira a difícil virtude da paciência, sem que se empenhe na compreensão dos semelhantes.
      Perdoar não é decisão que se tome de maneira extemporânea.
      Servir não se resume à ação isolada de um só dia.
      Ao longo dos séculos e milêneos, o homem tem se devotado, quase que com exclusividade, à cultura da forma transitória em que se expressa no cenário do mundo.
      Poucos são os que realmente entendem que necessitam exercitar a sua própria espiritualidade, como a criança que, a fim de aprender a ler, escreve, reiteradas vezes, as letras do alfabeto.
      Todo avanço, ainda que seja um milésimo de centímetro por dia, é significativo para o espírito.
      Diminuta luz que se persevera por manter acesa tende a transformar-se em clarão.
      Humilde filete d'água, a correr entre as pedras, pode vir a ser a nascente de um rio volumoso.
      Além da prática consciente do mal, a única atitude que devemos procurar a evitar é a indiferença, pois até mesmo a experiência de vida que redunde em fracasso nos é útil ao despertar espiritual.

      Dr. Inácio Ferreira do Livro "O Jugo Leve"

sexta-feira, 6 de abril de 2012

REFLEXÕES

                                                     "Em verdade, vos digo que tudo o que lig-
                                                     ardes na Terra, terá sido ligado no Céu,
                                                     e tudo o que desligardes na Terra, terá
                                                     sido desligado no Céu. " - (Mateus, cap.
                                                     18 - v. 18)


      Todos os Planos de Vida, no Universo, estão intimamente conectados e são solidários entre si.
      Toda ação provoca imediata reação que lhe corresponde em força e intensidade.
      Ninguém se exime de colher o que plantou.
      O tempo é portador de exelente memória e não deixa uma única injustiça cometida sem reparação.
      Toda tentativa do homem em ludibriar a própria consciência é inútel.
      Carregamos, em nosso íntimo, o tribunal que nos condena ou que nos absolve.
      Somos a consequência do que fazemos de nós.
      O amanhã será resultado do hoje.
      Para o espírito, estar encarnado ou desencarnado é apenas fenômeno de natureza periférica.
      A Existência no Mundo Material e a existência no Mundo Espiritual são reflexo uma da outra.
      Há quem semeie aqui e agora, para colher alhures e depois.
      O aprendizado é contínuo e jamais se interrompe.
      Em nossa cartilha de lições, não há desperdício de uma só gota de suor, nem de uma única lágrima.
      Em sua longa jornada para Deus, por mais profundo seja o abismo em que o espírito se precipite, um dia, ele atingirá culminâncias!
      Os limites vibratórios nos quais a Vida se manifesta, dentro e fora da matéria, são ilusórias fronteiras estabelecidas pela mente humana, porque em realidade, Deus peenche o Universo e, como disse o Apóstolo, "nele vivemos, e nos movemos, e existimos..."!

 Dr. Inácio Ferreira do Livro "O Jugo Leve"T

quarta-feira, 4 de abril de 2012

MODERNOS NICODEMOS

                                                   "Tu és mestre em Israel e não compreen-
                                                   des estas coisas?" - João, cap. 3 - v. 10



      A pergunta de Jesus a Nicodemos não deixa de traduzir sua estranheza ante o desconhecimento do doutor da lei sobre as verdades fundamentais da vida.
      Considerado uma dos homens mais cultos da época, Nicodemos fez ao Mestre pergunta de criança: "Como pode um homem nascer , sendo velho? Pode, porventura, voltar ao ventre materno e nascer segunda vez?".
      A tão decantada inteligência humana, em face das escolhas equivocadas que efetua para  si, é francamente questionável.
      Como pode o homem, por exemplo, descrer da existência do criador? Teria o Universo se feito sozinho?
      Como pode ele não acreditar nos valores reais da existência se, a cada dia, percebe o esfumar de suas ilusões?
      Até hoje, ninguém que tenha investido na criminalidade logrou, mais cedo ou tarde, se isentar do choque de retorno...
      Todos sabem como terminam os déspotas e os tiranos, os corruptos e os orgulhosos.
      Quem aposta na conquista da felicidade pessoal, explorando os semelhantes, alcança o termo da caminhada com desepero no coração.
      Apenas os que vivem de consciência tranquila logram partir de cabeça erguida da Terra. Os demais sequer ousam levantar os olhos para saberem por que sendas a morte os conduz...
      Já é tempo de o homem amadurecer o senso intelectual e, sendo adulto, não continuar vivendo com a ingenuidade da criança.
      Nicodemos, doutor do Sinédrio, era, de fato, possuidor de consideráveis dotes de inteligência, mas estava longe da condição de sábio.

Dr. Inácio Ferreira - do Livro "Saúde Mental À Luz do Evangelho"

domingo, 1 de abril de 2012

O CARINHO DO SENHOR

                                                            "... porque eles não tinham tempo nem
                                                            para comer, visto serem numerosos os
                                                            que iam e vinham." - Marcos, cap. 6 - v.31


      Interesante o estudo atento de certos parágrafos do Evangelho! Marcos, nas anotações acima, relata que os apóstolos sequer tinham tempo para comer...
      A gente, não obstante, dispõe de tempo para muito mais do que isto e ainda reclama.
      Foi preciso que Jesus, observando o desgaste em que os amigos se encontravam, os convidasse: - Vinde repousar um pouco, à parte, num lugar deserto..."
      Vejamos como Jesus, atento às menores necessidades de seus seguidores, os trata com inexcedível carinho.
      Ele não os chama para repousar muito, mas, sim, por "um pouco"  - ou seja, pelo tempo estritamente necessário ao seu refazimento.
      Muitos de nós, para cada hora de serviço doado ao Evangelho, reclamamos o resto da semana ou do mês para descanso.
      Será que estamos assim tão despreparados de vivenciar o amor ao próximo, que a caridade logo nos exaure nas energias espirituais?
      Porque, durante horas, somos capazes de sustentarum diálogo sem maior proveito com alguém e, sobre um tema edificante, não conseguimos conversar mais que alguns minutos?
      Como solicitar maior cota de serviço e responsabilidade, na construção do Reino Divino entre os homens, se, por enquanto, não atendemos nem mesmo o pequenino dever que nos cabe?
      Se ninguém deve abraçar tarefa além de suas forças, igualmente não deve se subestimar em sua capacidade de realização, porque a grande verdade é que, com pouco mais de boa vontade, todos podemos fazer mais

Dr. Inácio Ferreira do Livro " Saúde Mental à Luz do Evangelho"