sábado, 21 de abril de 2012

QUEM OUSARÁ?

"Respondeu ela: Ninguém, Senhor. En-
tão lhe disse Jesus: Nem eu tampouco
te condeno; vai e não peques mais." -
(João, cap. 8 - v. 11)



      Após ter lido e refletido sobre este texto anotado por João, é-nos lícito perguntar: Quem de nós ousará condenar a quem quer que seja?
      Se o Cristo, nem de leve, ergueu a voz para condenar a pobre e equivocada irmã, quem se sentirá com autoridade moral para condenar em alguèm seja o que for?
      Notemos que o Divino Mestre, no entanto, não deixou de lhe endereçar fraterna recomendação: "Vai e não peques mais." 
      É óbivio que temos o dever de orientar e mesmo de alertar a quem se encontra no caminho do erro, pois, caso contrário, seria, no mínimo,
      Orientar e alertar, no entanto, não significam simplesmente setenciar, relegando o condenado a própria sorte.
      O diálogo travado por Jesus com os escribas e fariseus, que arrastaram à sua presença a infeliz mulher surpreendida em adultério, ainda nos remete à conclusão de que, no mundo moral, igualmente não existe efeito sem causa.
      Onde estariam aqueles que haviam abusado de seus sentimentos e, quem sabe, a corromperam para saciarem as suas paixões?
      Ninguém cai sem que, pelo menos, alguém lhe negue a mão em apoio para evitar a queda!
      De uma maneira ou outra, todos somos partícipes na felicidade ou infelicidade do próximo.
      Não há uma lágrima que role da qual possamos, em absoluto, nos isentar.
      Fácil distribuir condenações e apontar culpados, tentando nos esconder dos olhos com os quais a Lei Divina nos vasculha o espírito e sonda os escaninhos do nosso pensamento, colocando à mostra nossos propósitos e intenções.
      Difícil é amparar a quem esteja se esforçando para se levantar e, sem recriminação, lhe oferecer o braço por escora na caminhada.

Dr. Inácio Ferreira do Livro "Jugo Leve"





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