"Disse ainda: O reino de Deus é assim
como se um homem lançasse a semente
à terra..." - (Marcos, cap. 4 - v. 26)
Pelas palavras de Jesus, depreende-se que o Reino de Deus é lavoura cultivável no Espirito.
Ninguém, simplesmente, lança a semente à terra e lhe vira as costas, confiando na ação das forças da Natureza.
Torna-se necessário defendê-la contra a agressão das ervas daninhas e das intempéries, zelando para que germine, cresça, vindo, depois , a frutificar.
Enquanto não colhe os frutos da semeadura efetuada, o agricultor não dá por concluída a sua laboriosa tarefa e não descança a enxada.
Todo homem é dotado de virtudes em potencial que, evidentemente, para virem à luz, carecem de ser trabalhadas.
Não há, por exemplo, quem adquira a difícil virtude da paciência, sem que se empenhe na compreensão dos semelhantes.
Perdoar não é decisão que se tome de maneira extemporânea.
Servir não se resume à ação isolada de um só dia.
Ao longo dos séculos e milêneos, o homem tem se devotado, quase que com exclusividade, à cultura da forma transitória em que se expressa no cenário do mundo.
Poucos são os que realmente entendem que necessitam exercitar a sua própria espiritualidade, como a criança que, a fim de aprender a ler, escreve, reiteradas vezes, as letras do alfabeto.
Todo avanço, ainda que seja um milésimo de centímetro por dia, é significativo para o espírito.
Diminuta luz que se persevera por manter acesa tende a transformar-se em clarão.
Humilde filete d'água, a correr entre as pedras, pode vir a ser a nascente de um rio volumoso.
Além da prática consciente do mal, a única atitude que devemos procurar a evitar é a indiferença, pois até mesmo a experiência de vida que redunde em fracasso nos é útil ao despertar espiritual.
Dr. Inácio Ferreira do Livro "O Jugo Leve"
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