domingo, 22 de abril de 2012

ANSIEDADE

"Qual de vós, por ansioso que esteja,
pode crescentar um côvado ao curso da
sua vida?" - (Lucas, cap.12 - v.250



      Procuremos, sim, nos aceitar como somos, mas não deixar de trabalhar para virmos a ser o que devemos.
      Não nos entreguemos à excessiva ansiedade por melhora rápida no mundo de nós mesmos, que pode se transformar em doença grave.
      Com disciplina e determinação, sigamos adiante na conquista das virtudes que não possuímos, compreendendo que semelhante iniciativa, não raro, é luta para muito tempo.
      Sobretudo, não nos rendamos à tristeza improdutiva, que somente nos leva a lamentar as próprias deficiências, sem nada nos acrescentar ao espírito em matéria de otimismo e esperança quanto ao futuro.
      Se expirimentarmos a queda, não permaneçamos no chão.
      Se reincidirmos nas faltas que prometemos a nós mesmos não voltar a cometer, tornemos a renovar nossos votos de pacífica resistência ao assédio da tentação.
      A ansiedade fora de controle demonstra que sequer conseguimos ainda o mínimo de conhecimento a respeito da vida.
      Todas as grandes almas se forjaram no cadinho das aflições que souberam converter em motivo para crescente doação de si, em maiores cotas de serviço espontâneo aos semelhantes.
      Como poderíamos aspirar às asas do anjo, quando sequer conseguimos a plena utilização dos braços por instumentos de ascenção aos Planos Mais Altos?
      Não deixemos de perseverar, um só dia, no combate às próprias mazelas, mas apendamos a viver com a alegria de quem já consegue ser feliz, por apenas ter tomado consciência do quanto deve e precisa melhorar.
      Humildade também é fruto de sábia resignação.
      Na tarefa de construção do prédio de mais bela arquitetura, ninguém pode dispensar o concurso de singela pedra.
      Busquemos, pois, no cumprimento do dever cotidiano, valorizar a atividade rotineira que, a pouco e pouco, nos transfigurará a vontade debilitada em prodigiosa força de realização contra a qual nenhuma outra força haverá de se opor.

Dr. Inácio Ferreira do Livro "O Jugo Leve"
     


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