domingo, 8 de abril de 2012

A PERGUNTA

                                                    "E eles começaram a entristecer-se e a
                                                    dizer-lhe, um após outro: Porventura sou
                                                    eu? - (Marcos.cap.14 - v. 19)


      A pergunta que os doze dirigem a Jesus, a respeito de quem haveria de trai-lo, demonstra que nenhum deles estava seguro de si - nenhum deles se conhecia tão a fundo, ao ponto de possuir plena consciência de que não o trairia.
      Que semelhante lição nos sirva de reflexão, quanto às fragilidades que ainda carregamos no espírito,desconhecida até mesmo de nós, seus portadores.
       Por este motivo, a fim de que não venhamos a cair em profunda tristeza, precisamos estar sempre vigilantes.
       Existem companheiros que se concentram excessivamente sobre o conhecimento das mazelas alheias, ignorando as que lhes dizem respeito.
       Ninguém cai em consequência da imperfeição do outro.
       Somos nós próprios os maiores responsáveis pelos fracassos que nos acometem.
       Em verdade, foi Judas quem, naquela circunstância, traiu o Senhor, mas, ao longo dos séculos transcorridos, quantos não têm sido os que traíram e traem no cotidiano?
       A intenção do filho de Iscariotes, talves, realmente fosse de ordem política, pretendendo para o Cristo a condição de líder revolucionário da nação subjugada. Mas ele nada fez, por exemplo, que atentasse contra a integridade do Evangelho, agindo como tantos agiram e agem, deturpando o sentido dos textos sagrados.
       Não significaria também alta traição à causa da Boa Nova, toda vez que, através de nossas atitudes, desmentimos  a Mensagem que pregamos?
       Toda e qualquer concessão que fazemos ao mal, em nós mesmos, é conspiração contra a vitória do bem, e, neste sentido, raros são os que não nos corrompemos por muito menos do que Judas teve a infelicidade de corromper-se!

Dr. Inácio Ferreira do Livro "O Jugo Leve"

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