sexta-feira, 18 de maio de 2012

DIVERGÊNCIAS

"Então lhe disse Pedro: Explica-nos a
parábola. Jesus, porém, disse; Também
vós não entendeis ainda?" -  (Mateus,
cap.15 - v. 15 e 16)


      Jesus admirava-se,  por vezes, de nem os próprios Apóstolos poderem atinar com o significado de suas Parábolas.
      E vejamos que o Divino Mestre sempre procurava a maneira mais simples de transmitir os seus ensinamentos.
      O episódio acima, narrado por Mateus, é decorrente do que ele lhes havia dito a respeito dos fariseus, os quais haviam se escandalizado com as suas palavras: "Deixai-os; são cegos, guias de cegos. Ora, se um cego guiar outro cego, cairão ambos no barranco.
      Muitos continuam sendo, no mundo, aqueles que não compreendem ou não se esforçam para compreender os fundamentos mais claros com que a verdade se nos revela.
      Embora detentores de titulos acadêmicos ou, então, considerados homens de inteligência privilegiada, não conseguem ou não querem penetrar a essência das lições que o Espiritismo nos transmite.
      E porque não logram ou não lhes convém entendê-las em toda plenitude, rotulam por errônea toda interpretação que lhes escape à perspicácia espiritual.
      Apenas o que lhes obtém o endosso dos interesses, mormente quando de sua autoria intelectual, deve ser levado em consideração e acatado - o resto, para eles, é fruto de mentes doentias...
      Pela nossa notória incapacidade de assimilar, em espírito e verdade, as palavras do Cristo é que, com base nelas, temos nos dividido em diversos seguimentos religiosos e nos apartado uns dos outros.
      Divergimos sobre o que existe para nos unir.
      E o pior de tudo é que, com base no próprio Evangelho, impomos aos outros os nossos equívocos deliberados, assumindo grave responsabilidade  pelos desvios e excessos que os levamos a cometer.
      Porém os pretensos instrutores e os discípulos que lhes acatam as ideias, mais cedo ou tarde, quando caírem "no barranco", ou seja, quando se precipitarem no abismo do desencanto e da dor, despertarão das ilusões que sustentaram em si e fizeram sustentar em seus semelhantes, movidos pela arrogância e pela ambição de hegemonia.

Dr. Inácio Ferreira do livro "O Jugo Leve"


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