domingo, 1 de janeiro de 2012

" Amar o proxímo como a si mesmo"

            Fico pensando no que Kardec deve ter sofrido, em matéria de assédio espiritual, para não levar a termo a obra da codificação.
            Este pensamento é narrado pelo meu querido irmão Dr. Inácio Ferreira, em psicografia ao meu querido também irmão Carlos A. Baccelli, no livro "Jesus e o Espiritismo".
            Continuando o relato - No dia 1º de janeiro de 1867, praticamente dois anos antes de desencarnar, ele escreveu significativa nota, dizendo: "(...) Fui alvo de ódio de inimigos encarniçados, da injúria, da calúnia, da inveja, da rivalidade. Minhas melhores instruções foram deturpadas. Fui tráído por pessoas  a quem prestara serviços. A sociedade de Paris foi um foco permanente de intrigas urdidas por aqueles que se diziam meus partidários e que, agradando-me na frente, me ultrajavam pelas costas. Disseram que meus seguidores eram meus assalariados, pagos como dinheiro que eu obtinha através do Espiritismo. Nunca mais eu soube o que fosse repouso. mais de uma vez sucumbi por exesso de trabalho, minha saúde alteru-se, comprometendo minha vida".
            Vamos reeler trecho do Evangelho, refletir e analisar uma das chagas que nos obssedia.
           O Egoísmo, chaga da Humanidade, tem que desaparecer da Terra, a cujo progresso moral obsta. Ao Espiritismo está reservada a tarefa de fazê-la ascender na hierarquia dos  mundos. O egoismo é, pois o alvo para o qual todos os verdadeiros crentes devem apontar suas armas, dirigir suas forças, sua coragem. Digo: coragem, porque dela muito mais necessita cada um para vencer-se a si mesmo, do que para vencer os outros. que cada um portanto, empregue todos os esforços  a combatê-lo em si, certo de que esse monstro devorador de todas as inteligências, esse filho do orgulho é o causador de todas as misérias do mundo terreno. è a negação da caridade e, por conseguinte, o maior obstáculo á felicidade dos homens.
           Jesus vos deu o exemplo da caridade e Pôncio Pilatos o do egoismo, pois, quando o primeiro, o Justo, vai percorrer as santas estações do seu martirio, o outro lava as mãos, dizendo: Que me importa! Animou-se a dizer aos judeus; Este homem é justo, porque o quereis crucificar? E, entre tanto, deixa que o conduzam ao suplicio.
            È a esse antagonismo entre a caridade  e o egoísmo, à invasão do coração humano por essa lepra que se deve atribuir o fato de não haver ainda o Cristianismo desempenhado por completo a sua missão. Cabem-vos a vós novos apóstolos da fé, que os Espiritos superiores esclarecem, o encargo e o dever de extirpar esse mal, a fim de dar ao cristianismo toda a sua força  e desobistruir o caminho dos pedrouços que lhe embaraçam a marcha. Expulsai da Terra o egoísmo para que ela possa subir nas escalas dos mundos, porquanto já é tempo da Humanidade envergar sua veste viril, para o que cumpre que primeiramente o expilais dos vossos corações.

(Emmanuel Paris 1861)
Do Evangelho Segundo o Espiritismo.

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